Durante todo o mês de agosto, o Portal Catarinas em parceria com o Prosa, grupo de pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), promoveu a campanha “Mulheres Semeando a Vida”, que tem como protagonistas duas indígenas e quatro camponesas que no presente estão construindo o Bem Viver, através de práticas agroecológicas, em suas comunidades.

Ao logo desse tempo, Kerexu Yxapyry, Geni Núñez, Geovana Castelo Branco, Maria Madalena dos Santos, Justina Inês Cima e Noeli Welter compartilharam conosco seus saberes ancestrais e suas histórias de vida e luta, através de entrevistas e do podcast “Mulheres Semeando a Vida” – uma série de 3 episódios.

Hoje, encerramos num momento histórico no qual os povos indígenas estão no acampamento “Luta pela Vida”, em Brasília, em defesa dos direitos originários e contra a tese do chamado “Marco Temporal”.

Confira vídeo final da campanha:

O Marco Temporal, que segue em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), defende que os povos indígenas só podem reivindicar terras onde já estavam em 5 de outubro de 1988, o dia em que entrou em vigor a Constituição Brasileira. Essa tese ignora basicamente o histórico etnocida inaugurado há mais de quatro séculos com a invasão dos europeus no território, hoje, chamado América. Ou seja, ignora que os povos indígenas foram violentamente escravizados, mortos e expulsos de suas terras, devido à expansão rural e urbana capitalista.

Por tudo isso, é impossível exigir que eles estivessem em suas terras quando a Constituição Federal foi promulgada. Por trás do marco temporal está a bancada ruralista e instituições ligadas ao agronegócio. Com Geni, Geovana, Kerexu, Justina, Nina e Noeli aprendemos que o futuro é ancestral, o futuro é semente. Aprendemos também que o futuro se faz hoje. Lutar por justiça social, ambiental e de gênero é também garantir o direito à terra dos povos historicamente oprimidos pelo capitalismo, o racismo e o patriarcado.

Finalizamos a campanha convidando você a somar na luta pela demarcação das terras indígenas, pela reforma agrária, por moradias, pelo Bem Viver. Comunidades, mais que indivíduos, podem fazer a transformação.

Mulheres Semeando a Vida” faz parte do projeto Narrando a Utopia, uma iniciativa de Puentes para imaginar um futuro feminista, interseccional e inspirador. 

Agradecemos a consultoria das mulheres indígenas e camponesas da Comissão Guarani Yvyrupa (CGY) e do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC).  

 

 

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