Entre elas: amor, visibilidade e resistência lésbica, exposição de fotografias de mulheres lésbicas e bissexuais, ocorre nesta quarta-feira, 29 de agosto, Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, em espaços da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O ensaio ocupou locais dentro da universidade, onde, de alguma forma, ocorreram violências físicas e psicológicas contra lésbicas e casais de lésbicas. As cerca de 20 modelos da ação, lésbicas ou bissexuais, indicaram os espaços onde foram agredidas pelo simples fato de assumirem sua orientação sexual.

A Coordenadoria de Diversidade Sexual e Enfrentamento da Violência de Gênero (CDGEN-SAAD), com o apoio da Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades (SAAD) promove anualmente um evento no dia da visibilidade lésbica com palestras e debates (veja na agenda Catarinas). Neste ano, idealizou a exposição que traz fotos de Chris Mayer e Maria Luísa Coura especialmente para celebrar o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica.

Chris Mayer, fotógrafa e jornalista, explica que a intenção é atentar à presença das mulheres lésbicas em todos os lugares, incluindo os espaços de convívio da academia. “Uma exposição de fotografias transforma a partir da própria tomada fotográfica, onde casais e um grupo de lésbicas ocuparam espaços e chamaram atenção com nosso guarda chuva arco-íris, sendo vistas em situações cotianas como a fila do restaurante universitário, namorando, andando de mãos dadas. As modelos se empoderam muito numa situação de exposição protegida, fora a grande mudança onde tudo que te conflituou durante mais ou menos tempo passa a ser protagonismo. É um grande presente como fotógrafa ativista”, afirma Chris que também é lésbica.

Camila dos Santos, bacharel em direito/Foto: Chris Mayer

“Sendo mulher negra e sapatão estou sempre excluída da sociedade, de modo geral. Com o convite das fotos me senti protagonista, pertencente a uma sociedade, foi um momento de privilégio por ser quem eu sou, de forma respeitada e amada. Além de me sentir incluída. Não foram só fotos, sorrisos, ou poses, foi resistência e existência. E eu espero trazer cada vez mais visibilidade para as mulheres negras lésbicas”, disse a fotografada, Camila dos Santos, 24 anos, bacharel em direito.

“Nós ocupamos vários espaços para dizer que a gente existe, resiste e está aqui. Já tentaram nos calar, mas estamos aqui para dizer que não vão conseguir”, afirmou Jéssica Ferreira da Silva, integrante da Coordenadoria da Diversidade Sexual e Enfrentamento da Violência de Gênero.

O Dia Nacional da Visibilidade Lésbica foi instituído em 1996, no I Seminário Nacional de Lésbicas (SENALE), realizado no Rio de Janeiro.  A partir da data, o SENALE  demarca o dia de luta das mulheres lésbicas no Brasil.

 

 

 

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