Mulh_e(r)rada
Quando resolvi nascer mulher
Os caminhos se abriram em possibilidades mil.
Já fui mulher maravilha…
Desencantada e
Desencadeada.
Queimada e desalmada.
Voltei,
Pra voar e ser liberta
Das vontades impostas.
De (in)verdades insanas.
Hoje, simplificada,
Estou com a alma num corpo.
Tenho peitos e útero e o_vários.
Com permissão,
Estou regida pelas forças do vento, das campinas e marés.
Pois Sou o assopro da Divina experiência do vi_ver.
Vim Ver, e,
Aconte_cer.
E,
Sou todos os dias, é
O amanhe_cer de minhas existências.
Sou um pouco de cada ancestral:
Anita Garibaldi, Vó Benzedeira, Vó Encrenqueira, Tia Galinha, Tias Anjo.
Também sou o Vô Doce, o Pai de caráter estranho e ao mesmo tempo trabalhador.
Sou as vidas passadas em mim, por mim, comigo.
Sou Hu(m)mana.
Sou Hu! Mana.
Sou Bela e Fera.
Estou Princia Beli
Sou sangria;
Sagrando vou me fazendo –
Sa(n)grada.
Porque, também, Sou a memória de Anita Garibaldi, Marielle Franco.
Pois Sou Presença.
Luz e amor.