Quando resolvi nascer mulher

Os caminhos se abriram em possibilidades mil.

Já fui mulher maravilha…

Desencantada e

Desencadeada.

Queimada e desalmada.

Voltei,

Pra voar e ser liberta

Das vontades impostas.

De (in)verdades insanas.

Hoje, simplificada,

Estou com a alma num corpo.

Tenho peitos e útero e o_­­­­­­­­­­­­­­­vários.

Com permissão,

Estou regida pelas forças do vento, das campinas e marés.

Pois Sou o assopro da Divina experiência do vi_ver.

Vim Ver, e,

Aconte_cer.

E,

Sou todos os dias, é

O amanhe_cer de minhas existências.

Sou um pouco de cada ancestral:

Anita Garibaldi, Vó Benzedeira, Vó Encrenqueira, Tia Galinha, Tias Anjo.

Também sou o Vô Doce, o Pai de caráter estranho e ao mesmo tempo trabalhador.

Sou as vidas passadas em mim, por mim, comigo.

Sou Hu(m)mana.

Sou Hu! Mana.

Sou Bela e Fera.

Estou Princia Beli

Sou sangria;

Sagrando vou me fazendo –

Sa(n)grada.

Porque, também, Sou a memória de Anita Garibaldi, Marielle Franco.

Pois Sou Presença.

Luz e amor.

Princia Beli

Príncia Béli, alma de Artista, mente de Gestora em um corpo de mulher. Tem contribuições com a poesia "Habitualidades" na coletânea Cotidiano; micro contos: Carnavalis e Salão de Festa a Vapor no livro Floripa em 100 palavras. Lançou o livro de artista Linda Liz, em 2017 e o Zine Color - Jardim de Curas, em 2018. Escreve contos, poesia como forma de manifestação das (des) ordens humanas em busca da compreensão mais elevadas de nossos feitos ,ou, como simples registro para expandir nossos olhares.

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