…que nos habitam em suas curvas sinuosas.  silenciosas, imponentes, frágeis, de pessoas, de velocidades, de pedaladas, de afetos. pontes que recuam, pontes em construção, feitas de areia, outras de armaduras.

tem as pontes de chão, que ao unir um pedaço de carne a outro, ao mesmo tempo impedem o fluxo do sentimento. unem de um ponto a outro, fechando o cruzamento vertical, impedindo a conexão plena.

existem as pontes secas também, sobre o que um dia foram rios e choros. sua arquitetura de força e estrutura a mantém, e mesmo sem lágrimas, tá lá, pra quem quiser ver a alma de cima, ou simplesmente se desviar da poça remanescente de mágoas.

pontes podem ser sobre o futuro, sobre uma volta ao passado, podem ser uma fuga, ou um ponto fraco do castelo. pode ser um futuro indefinido, um objetivo determinado, um resumo de um caminho sem volta, um caminho a voltar para juntar pedaços, ou simplesmente abraçar um tempo esquecido.

mas sempre é um caminho estreito, sempre é uma altura que dá medo. sempre tem fascínio pra quem gosta da corda bamba sobre dúvidas na correnteza.

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  • Chris Mayer

    Chris Mayer é fotógrafa, jornalista, escritora e palhaça. Dedica-se à fotografia de palco, dramaturgia cômica, crônicas...

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