O Museu Histórico de Santa Catarina, o Cruz e Sousa, no centro de Florianópolis, será palco da terceira edição do AfroDivas, neste sábado (13). O evento tem por finalidade dialogar e ouvir mulheres negras de Santa Catarina dos mais diversos movimentos sociais. O encontro vai tratar de temas como saúde, educação e a luta por democracia. Para a organizadora Cristiane Mare da Silva, a atividade também é um espaço para a construção e visibilidade das pautas das mulheres negras. “AfroDivas trabalha a arte e a estética como prática de dar voz a corpos silenciados, além de nos manter mobilizadas em torno da nossa luta por direitos e equidade”, complementa.

A primeira edição ocorreu em julho de 2015, como uma das atividades de mobilização para a Marcha de Mulheres Negras, que aconteceu em novembro do mesmo ano. O Comitê Estadual da Marcha organizou o encontro para celebrar o dia da mulher negra e promover o encontro das mais diversas gerações de mulheres. Já o IIº AfroDiva aconteceu às vésperas da Marcha e foi também um orientador para as ações futuras.

afrodivas

Cristiane lembra a resistência das mulheres negras em Santa Catarina, protagonistas da luta antirracista e de gênero. “Estamos preocupadas com o bem viver das mulheres afrodescendentes do estado. Percebemos que a marca do AfroDivas é o encontro geracional das mulheres negras que lutaram e lutam para que a nossa geração possa estar nas universidades, em conselhos, tenham uma saúde pensada para as nossas especificidades e participem de todos os espaços sociais, discutindo e problematizando as questões de raça e gênero”.

No IIIº Afro Divas acontecerá também o lançamento do Coletivo Pretas em Desterro, organização que tem como objetivo produzir novos protagonismos no cenário dos movimentos sociais de Santa Catarina.

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Oficina de turbantes/ Foto: Paula Guimarães

Programação
O evento começa a partir das 14h e segue até as 18h. Contará com um bate-papo das Pretas, oficinas em torno de uma estética política, com turbantes, desfile de tranças, maquiagem para a pele negra e espaço para as crianças. Em um segundo momento, haverá um diálogo sobre saúde da mulher negra com Claudia Prado; democracia com Cristiane Mare da Silva; educação e empoderamento com Ivy Guedes, organizadora da Marcha do empoderamento crespo de Salvador e professora da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), na Bahia. Também serão realizadas discussões sobre iniciativas em empreendedorismo.

A programação também prevê atrações culturais que permitam reflexões sobre as vivências das mulheres negras, entre elas, a peça Princesa Negra, com as crianças da Creche do Morro da Queimada; Giselle Marquez que preparou uma nova performance especialmente para o evento e a cantora Heloísa Gonzaga que fecha as atividades do dia.

Pretas em Desterro
Após a Marcha das Mulheres Negras, conhecida no estado como Catarina Marcha, mulheres de Florianópolis e região se reuniram para organizar um coletivo de mulheres negras que desse conta de suas pautas. Desse encontro, surgiu em 2015, o Coletivo Pretas em Desterro, coletivo responsável pela organização do AfroDivas, que em outubro protagonizará o Encontro Catarinense de Feminismo Negro.

O IIIº AfroDivas é uma realização do Coletivo Pretas em Desterro, com o apoio de um conjunto de entidades do movimento negro e social do município de Florianópolis e de Santa Catarina.

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