Eu resisto
Mesmo quando tudo parece perdido
Com bolhas nos pés
Lágrimas pelo rosto Ou sorrindo com sangue nos olhos.

Eu resisto.
Ainda que sangre
Ainda que doa.
( E dói e sangra todos os dias)
Eu não parei ainda de lutar.

Guardo meus medos na gaveta.
“Não há tempo agora menina,
Engole esse choro, seja forte! ”
Muitas vezes você murmura enquanto vai ficando difícil de suportar.
E você é
Até quando não souber que é.
Seu choro não quer dizer
Que não irá se levantar.
E lutar até o fim,
Até depois do fim.
Como uma garota.

Carolina Veríssimo

A autora Carolina Verissimo, nascida em Florianópolis em 1985, participou de sua primeira antologia poética em 2004, publicou seu primeiro livro de poemas em 2015, e participou, junto ao coletivo Lev'art, de uma antologia internacional de Língua Portuguesa em 2017. Atualmente trabalha com arte de rua em parceria com alguns estabelecimentos, entre os quais a Bodega La Khalo, onde divulga suas poesias.

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