Quando uma mulher negra sai da condição subalterna pré-determinada por uma sociedade ainda tão doente, para representar uma nação, ela liberta essa mesma nação. Quando a pele escura e o cabelo black tornam-se referências, movimentam o afroempreendedorismo no país e com ele @ pequen@ empreendedor@ cresce, floresce e aparece. Sustenta a mim, a você, a um país inteiro.

Quando uma mulher negra ascende, balança a estrutura da pirâmide na qual ela é alicerce, mas não é vista como tal. Logo, nada mais justo que movimentá-la até o dia que desmorone e haja um recomeço. Quando uma mulher negra atravessa uma passarela no atual contexto, o salto alto é mais do que mero capricho, é um direito adquirido ao longo dos séculos para que pudesse calçar sapatos .

“Mulheres negras se espalham se multiplicam,
Dancem rap ou talvez nem dancem, e é esse substantivo singular a aprisionar milhares de outras mulheres,
Que poderiam estar nos quilombos, nos terreiros, nas universidades. …”

A vitória hoje é consequência da luta dos coletivos através dos séculos para que esse chão torne-se acessível para todas nós. Pois quando uma mulher negra mexe com a pirâmide social, favorece a luta de todas as mulheres em maior ou menor escala, o que não acontece é uma ascensão individual: ela sempre é coletiva.

Trecho do poema: Cristiane Mare da Silva

 

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  • Giselle Marques

    Arte-educadora, tem trabalhos embasados nos estudos de gênero e raça. Autora do livro "O mundo de Oyá".

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