De Brasília (DF), estamos acompanhando o julgamento da tese do ‘marco temporal’ no Supremo Tribunal Federal (STF), que será retomado nesta quarta-feira (8), com a votação das ministras e ministros.

Na Praça dos Três Poderes nos reunimos com outros parentes neste momento decisivo de luta pelos direitos dos povos originários no Brasil. Conhecemos muitas histórias de resistência nos territórios, guiadas pela ancestralidade do espírito que habita em cada uma de nós, mulheres indígenas.

“Estamos em Brasília, nesta missão, para mostrar ao mundo e a todas as mulheres que a luta das mulheres indígenas também é de outras mulheres”, declara Pietra. 

Assista ao vídeo gravado para o Portal Catarinas.

Foto: Bruna Kunhã Jeguakai Arandú (@an__urb)

Sofremos inúmeros ataques no acampamento por parte de pessoas que querem desmoralizar a nossa luta. A grande maioria dessas pessoas são bolsonaristas, homens e mulheres que tentam plantar o ódio e enganar nossos povos por meio de parcerias agrícolas,  arrendamentos de terra, violência e coerção ao uso de drogas que são proibidas entre nós, e ataques da polícia que trabalha em prol da imagem do governo.

Povos Indígenas de todos o Brasil se reuniram na capital federal, incluindo os de Santa Catarina , Xokleng, Kaingang e Guarani, nessa luta pelos direitos originários, reafirmados na Constituição Federal de 1988.

“Aqui nós estamos representando todos os povos. Estou com a pintura dos Xokleng, com a pintura dos Gavião, com o cocar representando todos os povos, o meu corpo tem todos os povos. É um ato histórico pela honra da nossa ancestralidade e para dizer que essa nós já vencemos”, afirma Antônia Gavião.

Temos muitas dificuldades com o calor, o clima seco, o acesso à água, alimentação de qualidade e segurança, mas estamos superando todos os obstáculos unidas para dizer #MarcoTemporalNão. Seguimos sendo resistência com suor e fé na esperança de que nossos direitos sejam respeitados.  

“Este sol está muito quente, mas tem coisa que dói mais, que é imaginar o nosso povo sem lugar para criar os nossos filhos, sem poder respirar direito, sem poder comer, sem ter onde morar, imaginar o extermínio das vidas. É isso que vai acontecer se o marco temporal avançar. Então, a gente tem que lutar, rezar, orar e vir para Brasília contra o marco temporal porque nós precisamos é de demarcação já”, ressalta Maria Flor, Pataxó de Minas Gerais.

Acompanhe o julgamento pelo canal do STF no YouTube:

Estamos fortalecendo a nossa luta. De 7 a 11 de setembro iremos participar da 2ª Marcha das Mulheres Indígenas, com o tema “Mulheres originárias: Reflorestando mentes para a cura da Terra” que vai acontecer no espaço da Fundação Nacional de Artes (Funarte).

Povo Xokleng, Kaingang e Guarani marcham juntos em Brasília-DF contra o marco temporal. Foto: Bruna Kunhã Jeguakai Arandú (@an__urb)

Estamos aqui para dizer que a boiada não vai passar. Sabemos dos nossos direitos e estamos aqui para lutar por eles. Demarcação Já!

Apoie as mulheres indígenas. Faça um pix e apoie a nossa luta em Brasília.

#MarcoTemporalNão #MulheresIndígenas  #LutaPelaVida #VidasIndígenasImportam #DemarcaçãoJá

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