A chica que escreve da semana é a escritora e atriz Clara Corleone (Clara Alencastro). Seu livro O homem infelizmente tem que acabar ficou entre os finalistas do Prêmio Minuano de Literatura de 2020.

Vamos a entrevista! 😊

Poderia começar nos contando um pouco sobre você. Como foi sua trajetória como escritora? Por que começar a escrever? E mais, por que continuar escrevendo?

Eu escrevo desde menina. Tive um monte de diários e, quando o Facebook surgiu, passei a publicar por ali. De uma forma muito orgânica foram surgindo convites para publicar em outros lugares e foi rolando esse reconhecimento como escritora. Eu escrevo porque nem saberia fazer outra coisa. Preciso escrever todos os dias, é uma necessidade.

Agora vamos de influências, porque me parece que o ato de escrever e de ler estão próximos. Quais nomes da literatura te marcaram? Qual foi sua última leitura de cabeceira?

Meus escritores preferidos são a Patrícia Melo, o Rubem Fonseca e o Ruy castro. Gosto bastante do humor do Reinaldo Moraes, e da crueza e sensualidade do Pedro Juan Gutierrez. No momento estou lendo uma biografia da Marilyn Monroe, escrita pelo Donald Spoto. Antes, terminei o hilário “Pantaleão e as Visitadoras”, do Mario Vargas Llosa.

O título do seu livro é incrível, então, vamos falar dele. Como foi o processo de escrita e as ideias por trás de “O homem infelizmente tem que acabar”?

Na verdade “O homem infelizmente tem que acabar” já estava escrito. Quando recebi o convite para publicar, selecionei textos publicados no Facebook de 2014 até 2019. Como sempre falei muito sobre feminismo e sobre machismo – e sempre com bastante ironia – eu e minhas editoras sabíamos que essa seria uma característica marcante do livro. Minha editora, Joanna Burigo, foi quem separou o livro por capítulos e quem deu uma cara pra ele. “O homem…” não existiria sem a Jô. No segundo encontro que fizemos para conversar sobre o projeto, eu sugeri que esse fosse o título e elas – a Jô; a Karina Xavier, da Zouk; e a Manu, minha capista maravilhosa – concordaram de imediato. Foi tudo muito natural.

Você tem algum projeto futuro ou está trabalhando em algum novo livro? Se sim, poderia nos contar algo a respeito?

Estou trabalhando em dois livros: um romance curto chamado “Um conto de carnaval”, adaptação de “Um conto de natal”, do Charles Dickens. É a história de uma mulher que, incapacitada de brincar carnaval por ter machucado o joelho, recebe a visita de três espíritos – dos carnavais passado, presente e futuro. Todos os fantasmas são personagens de filmes brasileiros dos anos de 1970. É muito divertido – ou pelo menos eu estou achando muito divertido escrever. O outro projeto é mais denso e um pouco erótico, chama “Porque era ela, porque era eu”, e conta a história de duas mulheres envolvidas com o mesmo homem – uma como esposa e a outra como amante.

Como foram suas experiências de publicação?

Eu publiquei meu livro pela editora Zouk em outubro de 2019. O processo foi muito rápido, pois me convidaram em março. Então, o tempo de escolher os textos, editar, fazer projeto gráfico foi muito rápido mesmo, mas sem correr. O que rolou foi que a gente se acertou muito, especialmente eu e a Jô – o livro tem o selo da Casa da Mãe Joanna -. Nunca entramos em conflito sobre alguma questão. Foi um “parto” muito tranquilo!

Por fim, há algo que você gostaria de dizer para outras mulheres que escrevem? Ou, alguma mensagem final?

Escrevam, escrevam, escrevam!

Além dessa entrevista a Clara fez a gentileza de enviar as seguintes dicas:

Livro: “O Olho mais azul”, Toni Morrison

Filme: Bar Esperança, Hugo Carvana

Gostaria de agradecer imensamente a Clara Corleone por ter aceitado meu convite para participar e disponibilizar seu tempo para esse bate-papo online. Por hoje é só, por favor, lembre-se, leiam mais e leiam mulheres!

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  • Laura Elizia Haubert

    Laura Elizia Haubert é doutoranda em Filosofia pela Universidad Nacional de Córdoba, Argentina. Graduada e Mestre em Fil...

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