O aborto legal ainda é um tema tabu por conta da dificuldade de acesso à informação.
Uma das principais dúvidas é se o procedimento é seguro. Diversas investigações mostram que quando realizado com informação e medicamentos, o aborto chega a ser mais seguro do que o parto.
Um estudo publicado na American Journal of Public Health, indica que o risco de morte por aborto provocado de forma segura, para cada cem mil procedimentos, é de 0,5.
Para se ter uma comparação de outros riscos, todos os números para cem mil procedimentos:Aborto espontâneo = 1,19;Parto com feto vivo = 7;Parto com morte fetal = 97.
Quanto maior o risco da gravidez, mais seguro o aborto se torna em relação ao parto, como é o caso de gravidez infantil, por exemplo.
Além disso, se houver complicações durante ou após abortamento, elas podem facilmente ser tratadas por um/a médico/a.
A cada 100 mulheres que fazem abortos medicinais, 2 ou 3 têm de recorrer a um médico, a um centro de primeiros-socorros ou a um hospital.
O risco é o mesmo de ter uma reação alérgica à penicilina e precisar de cuidados médicos, por exemplo.
Nos poucos casos em que é necessária uma intervenção cirúrgica, como a Aspiração Manual lntrauterina (AMIU), o procedimento pode ser executada nas mesmas instalações que tratam mulheres que passaram por abortos espontâneos.
Ou seja, o que torna o aborto um procedimento inseguro é a criminalização, falta de informações e julgamento de setores conservadores da sociedade.
Quando realizado de maneira segura, com acesso à informação e aos medicamentos corretos, os riscos são mínimos e menores do que procedimentos considerados comuns.