Símbolo da luta contra a violência sexual, Gisèle fala ao tribunal

Por Daniela Valenga Imagem: La Dame Quicolle

Alerta de gatilho Este conteúdo aborda violência sexual, tema que pode ser difícil e criar gatilhos para algumas pessoas. Se você achar que isso pode afetar você, avalie a leitura.

Gisèle Pelicot se tornou símbolo da luta contra a violência sexual ao renunciar ao anonimato e defender que a vergonha deve recair sobre os agressores.

Imagem: Gaëlle Labarthe.

Por 10 anos, ela foi drogada pelo então marido, Dominique Pelicot, e estuprada por dezenas de homens que Dominique contactou pela internet.

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Os crimes foram descobertos a partir de vídeos encontrados no computador de Dominique, que foi preso em 2020 por tentar filmar debaixo da saia de mulheres em um shopping.

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O julgamento do caso começou em 2 de setembro no tribunal de Avignon, no sudeste da França. Além de Dominique, outros 50 homens, entre 26 e 74 anos, são réus. Dominique confessou os crimes.

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Em 23 de outubro, Gisèle testemunhou sobre o caso a convite do tribunal para comentar e responder às evidências e depoimentos que os juízes ouviram até agora. Separamos trechos-chave do testemunho:

Imagem: reprodução YouTube.

"Quero que todas as mulheres vítimas de estupro, não apenas quando foram drogadas, o estupro existe em todos os níveis, digam: a senhora Pelicot fez isso, nós também podemos fazer isso”, afirmou.

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A francesa destacou que ouviu ao longo do julgamento várias esposas, mães e irmãs dos réus tomarem posição para dizer que eles eram “homens excepcionais”.

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“Um estuprador não é apenas alguém que você encontra em um estacionamento escuro, tarde da noite. Você também pode encontrá-lo na sua família, entre amigos", destacou Gisèle.

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“Sou uma mulher completamente destruída e não sei como vou me recuperar de tudo o que aconteceu comigo”, desabafou Gisèle.

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“Há quatro anos que me preparo para este julgamento. Ainda não entendo por que, não consigo entender como minha vida desmoronou, como você pôde me trair daquele jeito”, disse dirigindo-se ao ex marido.

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Gisèle afirmou que nunca se arrependeu de ter pedido a abertura do julgamento e que o que aconteceu com ela, não pode acontecer com mais ninguém.

Imagem: Marion Dubreuil.

“Disseram-me que sou corajosa. Isto não é ter bravura, é ter vontade e determinação para mudar a sociedade”, complementou Gisèle.

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