Resistência Trans e Travesti: instituições que fazem parte da história

Por Daniela Valenga Foto: Diego Padgurschi/FolhaPress

Crédito: Jovanna Baby, uma trajetória do Movimento de Travestis e Trans no Brasil

A fala de Jovanna Baby ilustra mais de 40 anos de articulação da população trans e travesti, como forma de resistência e luta por dignidade.

Em 1979, foi fundada a Damas da Noite, por Jovanna Baby, Bianca e Kelly, no Espírito Santo. A motivação era se impor às violências contra prostitutas e travestis e ter acesso à saúde pública.

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Crédito: Jovanna Baby, uma trajetória do Movimento de Travestis e Trans no Brasil

Já em 1992, no Rio de Janeiro, foi fundada a Associação de Travestis e Liberados (ASTRAL), por Jovanna Baby, Beatriz Senegal, Monique Du Bavieur, Joice e Elza Lobão.

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Os liberados são travestis que de dia agiam como homens e à noite se montavam para se prostituir. Durante o dia não assumiram a sua identidade feminina.

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Crédito: Jovanna Baby, uma trajetória do Movimento de Travestis e Trans no Brasil

Foi a primeira associação de travestis do Brasil e América Latina. As demandas estavam direcionadas, principalmente, à segurança pública e ao acesso à saúde.

Além do grupo ASTRAL no Rio, havia o Grupo Esperança em Curitiba, ambos com travestis na direção e público alvo. Com o tempo, mais organizações foram se mobilizando em outros estados.

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Desde esse momento eram organizados diversos congressos para debater as demandas da população e formas de articulação.

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Em 1993, foi criada a Rede Nacional de Travestis (RENATA) para articular os movimentos das travestis brasileiras. Mas havia uma dificuldade de integração nacional.

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Em 1997, após debates sobre como trabalhar de forma unificada e integrando os liberados, o nome foi modificado para Rede Nacional de Travestis e Liberados (RENTRAL). O nome foi mantido até 2000.

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Na virada do milênio, com o objetivo de estar em sintonia com as instituições que estavam se organizando, a RENTRAL passa a se chamar Articulação Nacional de Transgêneros (ANTRA).

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Em 2002, após debates sobre como era necessário deslocar o lado pejorativo que a sociedade tinha ligado à palavra travesti, a ANTRA passa a se chamar Associação Nacional de Travestis e Transexuais.

Atualmente, a ANTRA produz estudos sobre a realidade trans no Brasil, luta por políticas públicas para a população, denuncia todo caso de preconceito por identidade de gênero, entre outros.

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Em 2014, foi articulado o Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros (FONATRANS), como um espaço de militância interseccionalizado.

Entre outros objetivos, o FONATRANS cobra do Estado Brasileiro a solução dos problemas fundamentais e luta por conquistas para Pessoas Travestis e Transexuais Negras e Negros.

Foto: FONATRANS

Hoje há redes e articulações de trans e travestis em todo o território nacional que seguem na luta pela garantia de seus direitos.

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