Neste Dia das Mães, o Catarinas destaca a árdua realidade de uma grande parcela da população brasileira, as mulheres negras e mães, e chama a atenção para a necessidade de mudança.
Dados do IBGE revelam que as famílias de mulheres negras e mães solteiras têm piores indicadores em relação à qualidade de vida e, consequentemente, são as mais sobrecarregadas.
Mais da metade das casas das mães negras não tem máquina de lavar, por exemplo. O que é um indício de que:
"A população preta ou parda, em especial as mulheres, têm maior carga de trabalho doméstico".
Além disso, o instituto aponta que "a população branca obtém vantagem também no tocante aos rendimentos do trabalho". Isso porque o rendimento mensal das mulheres negras é o mais baixo do Brasil.
Elas ganhamR$ 1.394 por mês,em média.
Os homens brancosganham mais que o dobro na média (R$ 3.138),
As mulheres brancasganham 70% a mais (R$ 2.379).
As mulheres negras estão atrás até mesmo dos homens negros, que ganham 26% a mais (R$ 1.762).
"Esse quesito é fundamental na medida em que compõe importante fonte de renda para a aquisição de bens e serviços e para o padrão de consumo alcançado pelos indivíduos e suas famílias",aponta o IBGE.
Os dados fazem parte do estudo “Desigualdades sociais por cor ou raça no Brasil”, lançado em março de 2020.
Com a pandemia da Covid-19a pobreza e a extrema pobreza se acentuaram ainda mais no país, atingindo principalmente as mulheres negras em áreas como renda e/ou sobrecarga de trabalho.
Segundo estudo do Made-USP (Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da FEA-USP), antes da pandemia, 33% delas estavam abaixo da linha da pobreza. Em 2021, essa taxa estava em 38%.
Ainda de acordo com o IBGE,o Brasil tem mais de 11,4 milhões de famílias formadas por mães solteiras, sendo que a grande maioria delas é negra(7,4 milhões).
Os dados refletem obstáculos já conhecidos: o racismo e o machismo. Além de alertarem para problemas que seguem completamente ignorados pelo atual governo. 2022 é ano de eleições!
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