O Dia do Orgulho Lésbico é a memória da resistência

Por Daniela Valenga Foto: Paula Rodrigues/Ponte Jornalismo

Em 19 de agosto é celebrado o Dia do Orgulho Lésbico, em memória à primeira grande manifestação de mulheres lésbicas no Brasil.

Conhecida como “Stonewall brasileiro”, a manifestação aconteceu em 1983, em São Paulo.

O nome é uma referência à manifestação histórica de 1969 formada por gays, lésbicas e travestis contra a repressão policial em Nova York, que deu origem à Parada do Orgulho.

No Brasil, em 19 de agosto de 1983, ativistas do Grupo Ação Lésbica Feminista (Galf) ocuparam o Ferro's Bar para protestar contra abusos e preconceitos que sofreram no local.

O bar era um ponto de encontro na noite paulistana. Ativistas LGBTs e artistas faziam performances e vendiam trabalhos.

Um mês antes da manifestação, os donos do bar vetaram a distribuição do boletim "Chana com Chana", primeira publicação ativista lésbica do Brasil, e expulsaram as autoras do local.

Após a manifestação, os donos do bar prometeram que não iriam mais impedir a distribuição do boletim no estabelecimento.

Apesar da conquista, ao longo das décadas, as lésbicas continuam sofrendo preconceitos e apagamentos na sociedade.

Entre as ações discriminatórias estão o não reconhecimento das relações entre mulheres, a hipersexualização dos corpos e relações lésbicas, a negligência na área de saúde, o estupro corretivo e o lesbocídio.

O Dia do Orgulho Lésbico tem o objetivo de dar visibilidade e pedir pelo fim das violências múltiplas enfrentadas por essas mulheres.