O antirracismo é anticapitalista

Por Kelly Ribeiro Imagem: @OdaraCris

O capitalismo, sistema socioeconômico vigente em praticamente todo o mundo, tem como objetivo final a reprodução do capital. O racismo opera e é fundamento desse organismo de exploração econômica. 

Imagem: Alice Sima.

Dado todo o histórico de escravização da população negra e da não inserção dessa população na economia, elas são as mais atropeladas nesse processo. Fato exposto pelo conceito de racismo estrutural. 

Imagem: @OdaraCris.

Para o advogado Silvio Almeida, o racismo constitui ações conscientes e inconscientes, englobando a economia, política e o campo dos pensamentos e emoções (subjetividade). Isso é racismo estrutural.

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Pesquisas mostram que o grupo social mais afetado pela pobreza no Brasil é a população negra. E dentro desse recorte, no final da pirâmide econômica, estão as mulheres negras.

Em 2021, o número estimado de pessoas em situação de pobreza no Brasil era de 61,1 milhões, segundo estudo publicado pelo Made-USP. 38% das mulheres negras estavam abaixo da linha da pobreza. 

O estudo usa como base microdados dados da Pnad Contínua, feita pelo IBGE – e da Pnad Covid – edição da mesma pesquisa feita em 2020 especialmente para medir impactos da pandemia. 

Durante coletiva de imprensa no Parque Ibirapuera, em São Paulo, em 2019, a filósofa e ativista americana Angela Davis falou sobre a importância de reconhecer como as diferentes lutas se conectam. 

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“Não posso ser feminista sem reconhecer o papel que o capitalismo e o racismo tiveram em moldar o patriarcado”, afirmou a ativista que faz questão de se definir como atirracista e anticapitalista. 

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As obras da intelectual, política, professora e antropóloga brasileira Lélia Gonzalez formulam uma ampla perspectiva sobre a opressão de raça, gênero e classe promovida pelo capitalismo. 

Imagem: Cézar Loureiro.

As produções de Sueli Carneiro, fundadora do Geledés – Instituto da Mulher Negra, também são de extrema relevância para debates acerca da cadeia de desigualdade mantida pelo racismo no Brasil. 

Imagem: Folhapress.

Para Sueli, o racismo, assim como o patriarcado, são formas que possibilitam as diferentes explorações econômicas. O capitalismo só é capitalismo porque ele precisa subalternizar humanidades. 

Imagem: Marcus Steinmayer.

Portanto, a luta pela construção de uma sociedade melhor passa pela luta contra o racismo na sua dimensão estrutural. 

Imagem: Alice Sima.

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Imagem: Acervo Lélia Gonzalez, Projeto Memória.