Amor romântico, violência psicológica  e perda da identidade

Por Daniela Valenga Foto: Adriana Pimentel

“você tá louca”

"ninguém mais vai te querer” 

“você não me ama” 

“você é imatura”

“são seus amigos ou eu”

“você precisa de um regime” 

"você é uma inútil"

“troca essa roupa” 

Foto: Juliana Pesqueira

Todas essas situações são exemplos que podem ocorrer em um relacionamento em que existe violência psicológica.

Foto: Juliana Pesqueira

A Pesquisa Nacional de Saúde 2019 (IBGE) indica que 18,6% das mulheres acima de 18 anos já sofreram violência psicológica, o que representa 18,6 milhões de brasileiras.

Foto: Juliana Pesqueira

A pesquisa também indica que uma a cada três agressões registradas é ligada à violência psicológica. 

Foto: Juliana Pesqueira

Apesar desse tipo de violência já estar prevista na Lei Maria da Penha, que completa 15 anos em 2021, somente em julho deste ano foi tipificada como crime no Brasil.

Foto: Felipe Carneiro

A lei é de autoria da Deputada Federal Margarete Coelho (PP/PI). Junto à tipificação, a lei também estabeleceu em nível nacional o programa Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica  e Familiar.

A lei define a violência como aquela que causar dano emocional à mulher que a prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar ações e crenças.

Foto: Adriana Pimentel

A violência ocorre mediante ameaça, constrangimento, manipulação, isolamento, chantagem, limitação do ir e vir ou qualquer outro meio que cause prejuízo à sua saúde psicológica.

Foto: Juliana Pesqueira

“Em resumo, é tudo aquilo que destitui a mulher da condição de sujeito da própria vida” 

explica Kátia Alexsandra dos Santos, doutora em Psicologia e pesquisadora sobre violências de gênero.

A pesquisadora aponta que o mito do amor romântico é uma barreira para a mulher perceber que está sofrendo uma violência.

Obra: Frank Bernard Dicksee

“O mito do amor romântico e tudo o que constitui a história das mulheres acaba tendo como efeito a compreensão que, por exemplo, o controle e o ciúme excessivo são provas de amor”

- Kátia

Obra: Eugene de Blaas

As primeiras consequências da violência psicológica são o afastamento dos círculos sociais e a perda da autoestima.

Foto: Adriana Pimentel

A médio e longo prazo, a violência pode desencadear doenças como ansiedade e depressão, além de evoluir para outros tipos de violência, como física, sexual e patrimonial.

Foto: Juliana Pesqueira

O mais comum é pessoas externas ao relacionamento notar a violência, a partir do isolamento da mulher, infelicidade e perda da identidade. Mas Kátia aponta situações em que a mulher deve ficar alerta:

Foto: Juliana Pesqueira

Kátia

“”

“Quando ela percebe que pensa muito no que vai fazer, já prevendo as reações do companheiro  

Kátia

“”

não consegue mais identificar o que ela gosta, porque isso já se mistura ao que o companheiro gosta ou quer que ela faça, então ela já está perdendo um pouco da sua identidade.

O Guia #NamoroLegal, desenvolvido pelo Ministério Público de São Paulo, traz dicas de como resistir às atribuições machistas e, assim, manter um relacionamento saudável.

São dicas  do guia:

3

1

2

4

Equilibre a vida pessoal com o relacionamento

Não tente ser uma “namorada ideal”

Confie na atitude, não nas palavras

Não deixe as decisões da sua vida na mão do seu parceiro (a)