5 obras para entender a origem e atuação das milícias no Brasil

Por Kelly Ribeiro

O relatório final da investigação do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes escancarou, mais uma vez, a ligação entre as milícias e os altos poderes da segurança pública do Rio de Janeiro.

As milícias são grupos paramilitares formados por agentes e ex-agentes de segurança do Estado (policiais, bombeiros e até militares) cujo domínio territorial está atrelado à exploração econômica.

Segundo o sociólogo José Cláudio Alves, professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ, as milícias são um legado do regime militar, mais especificamente dos esquadrões da morte.

A primeira vez que o termo milícia foi usado para se referir aos grupos que atuam no Rio foi em uma reportagem escrita por Vera Araújo, em 2005. De lá pra cá, elas evoluíram e se espalharam.

Como afirma o historiador Luiz A. Simas, o crime está entranhado no poder legal e oficial. Faz parte do Estado; não é paralelo a ele. Separamos 5 obras que ajudam a compreender a dimensão do problema.

Mataram Marielle: Como o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes escancarou o submundo do crime carioca”, livro reportagem dos jornalistas Chico Otávio e Vera Araújo.

Em uma apuração minuciosa, os repórteres se debruçam sobre o assassinato político mais emblemático dos últimos anos e revelam como as disputas travadas por criminosos estão por toda a parte.

Milicianos: Como agentes formados para combater o crime passaram a matar a serviço dele”, escrito pelo jornalista Rafael Soares

Soares investiga a trajetória de vários policiais que se tornaram lendas no mundo do crime; a operação de grupos formados por ex-alunos do Bope e um consórcio de matadores de aluguel.

A república das milícias: Dos esquadrões da morte à era Bolsonaro”, escrito pelo jornalista e pesquisador Bruno Paes Manso. 

A partir da trajetória de Fabrício Queiroz, Adriano da Nóbrega, Ronnie Lessa, protagonistas de um vasto e complexo cenário criminal, Manso joga luz sobre a ascensão do modelo de negócios miliciano.

Vale O Escrito - A Guerra do Jogo do Bicho”, série documental do Globoplay de Fellipe Awi que assina o roteiro ao lado de Ricardo Calil.

A produção resgata a história do jogo do bicho e organiza a cronologia da contravenção enquanto um negócio milionário que envolve famílias poderosas e diversos criminosos, entre eles, os milicianos.

Pistoleiros”, podcast original Globoplay também assinado pelo jornalista Rafael Soares. 

A produção narra como o assassinato se tornou um negócio na cidade do Rio de Janeiro e se transformou em uma rede criminosa e extensa que envolve figuras muito próximas a diversos nomes da política.

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