11 pontos para refletir sobre gênero na Copado Mundo no Catar
Por Daniela Valenga
1 - Escolha do paísEntre as questões enfrentadas pelas mulheres no Catar estão o regime de tutela masculina, violência doméstica e feminicídios. Isso não foi um impeditivo para a Fifa promover a Copa no país.
2 - Protestos IranianosA torcida iraniana usa a copa para protestar contra a morte de Mahsa Amini, 22 anos, assassinada pela polícia. No primeiro jogo, os jogadores não cantaram o hino em protesto.
3 - InvisibilizaçãoManchetes comemoraram o fato de Cristiano Ronaldo (Portugal) ser o primeiro jogador a marcar gols em 5 copas. Marta Silva (Brasil) e Christine Sinclair (Canadá) marcaram antes.
4 - CulpabilizaçãoA Argentina perdeu o jogo contra a Arábia Saudita. Torcedores atacaram a cantora Tini nas redes sociais, namorada do jogador Rodrigo de Paul, culpando-a pela derrota.
5 - Primeiras árbitrasDemorou 22 edições para a Fifa convocar árbitras para a Copa Masculina. São elas: Salima Mukansanga (Ruanda), Stéphanie Frappart (França) e Yoshimi Yamashita (Japão). A brasileira Neuza Back é auxiliar.
6 - Cadê as árbitras?Apesar da convocação, nenhuma árbitra entrou em campo até metade dos jogos ocorrerem. Por outro lado, 28 trios de homens atuaram até aquele momento. Alguns, mais de uma vez.
7 - Primeiras na TV abertaRenata Silveira é a primeira narradora e Ana Thaís Matos a primeira comentarista a participar da transmissão da Copa na TV aberta brasileira.
8 - Quando é só uma cotaDurante o jogo de Brasil X Suíça, diversas pessoas comentaram sobre momentos que Galvão Bueno, locutor da TV Globo, ignorou os comentários de Ana Thaís Matos.
9 - IgnoradasO Canadá fez o primeiro gol na Copa. Um âncora disse que esse era o maior momento do futebol canadense. Ao seu lado, Janine Beckie, medalha de ouro no Futebol das Olimpíadas de Tokyo.
10 - Proibição da braçadeiraInglaterra, País de Gales, Holanda, Bélgica, Suíça, Alemanha e Dinamarca planejavam o protesto intitulado "One Love" (Um Amor) mas foram censurados pela Fifa.
11 - Invasão do campoUm torcedor invadiu o campo durante o jogo Portugal X Uruguai. Ele segurava uma bandeira LGBT+ e usava uma camiseta escrita "respeito pelas mulheres iranianas" e “salvem a Ucrânia”.
Entenda a desigualdade salarial no futebol entre homens e mulheres.