Pesquisas recentes trazem dados que mostram uma realidade gritante: mulheres gozam menos. Em um mundo já tão desigual, seria o prazer um privilégio masculino?
Segundo o documentário Fundamentos do Prazer, da Netflix, homens héteros alcançam orgasmos em 95% de suas relações sexuais.
Mulheres lésbicas chegam ao ápice em 86% das transas. Agora, quando olhamos para mulheres héteros, essa porcentagem cai para 66%.
Mas por que isso acontece?
Essa taxa não considera um recorte ainda mais impactante: muitas mulheres sequer já tiveram um orgasmo.
O prazer feminino ainda é um campo escasso de estudos acadêmicos e pesquisas. Por exemplo: o clitóris era um mistério absoluto até 2009.
Foi somente nesta época que muitas mulheres descobriram que a maior parte do seu clitóris fica na parte interna da vagina.
Além da falta de conhecimento, diversos mitos também rodeiam o prazer feminino. A virgindade como a ideia de que o hímen se rompe durante a primeira relação, é um deles.
Além dos fatores físicos e biológicos que tornam o orgasmo multifatorial, o prazer feminino também é determinado por estruturas sociais.
Estruturas essas que, muitas vezes, ensinam às mulheres que estar em um relacionamento é mais importante do que ter uma vida sexual saudável.
Assim, os papéis de gênero refletem também nesse âmbito das nossas vidas. Muitas mulheres não conhecem seus desejos, seus gostos - muitas vezes, nem mesmo seu corpo.
São diversos os tabus que limitam o autoprazer feminino, o que também se reflete nas estatísticas: os homens se masturbam duas vezes e meia mais do que as mulheres.
Os dados são de uma pesquisa realizada com mais de 15 mil pessoas, em 2021, e divulgada pelo portal inglês Metro.
Considerando que muitas mulheres só alcançam o orgasmo sozinhas, fica nítido o quanto a igualdade sexual ainda está longe de ser alcançada.
Além do autoconhecimento, educação sexual e diálogo são fundamentais para relações sexuais prazerosas para ambos. Busque o seu prazer! Afinal, é por ele que nós, humanos, fazemos sexo.