Você conhece a história do Movimentode Mulheres Camponesas?
Por Daniela Valenga
Nos anos 1980 diferentes movimentos de mulheres se consolidaram nos estados brasileiros, em sintonia com o surgimento de movimentos do campo.
As mulheres do campo se somavam a essas lutas, pedindo a libertação da mulher, sindicalização, documentação, direitos previdenciários, participação política, entre outros direitos.
Motivada pela bandeira do Reconhecimento e Valorização das Trabalhadoras Rurais, em 1995 foi criada a Articulação Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais (ANMTR).
As fundadoras da Articulação participavam de movimentos como Comissão Pastoral da Terra, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Movimento dos Atingidos pelas Barragens, entre outros.
Aos poucos, os movimentos de mulheres se fortaleceram nos estados, avançaram nas lutas específicas e gerais, na organização de base e na formação de lideranças.
Depois de várias atividades nos grupos de base, foi organizado um Curso Nacional em 2003 que contou com a presença de 50 mulheres, vindas de 14 estados, representando os movimentos.
Foram discutidos os rumos concretos do movimento e também decidido o seu nome: Movimento de Mulheres Camponesas (MMC).
Entre os direitos conquistados pelo MMC estão o reconhecimento da profissão de trabalhadora rural, o salário maternidade e a aposentadoria da mulher da roça aos 55 anos.
A luta central do MMC é contra o modelo capitalista e patriarcal e pela construção de uma nova sociedade com igualdade de direitos.
A principal bandeira de luta é o Projeto de Agricultura Camponesa Agroecológica, com uma prática feminista, fundamentado na defesa da vida, na mudança das relações humanas e sociais e na conquista de direitos.
A agroecologia está no centro das ações, pelo entendimento do movimento de que o alimento deve ser o remédio e o remédio deve ser o alimento.
O MMC é formado por agricultoras, arrendatárias, meeiras, ribeirinhas, posseiras, boias-frias, diaristas, parceiras, extrativistas, quebradeiras de coco, pescadoras artesanais, sem terra e assentadas.
“Somos a soma da diversidade do nosso país. Pertencemos à classe trabalhadora, lutamos pela causa feminista e pela transformação da sociedade”.- MMC.