Síndrome de Smurfette na cultura pop

Por Daniela Valenga Imagens: reprodução.

Smurfette é a única personagem feminina da versão clássica do desenho Smurfs. Criada inicialmente pelo vilão para ser usada como um Cavalo de Troia, ela se torna boa e membro do grupo.

A personagem dá nome a um conceito popularizado a partir de um artigo publicado no The New York Times em 1991 por Katha Pollitt: Síndrome de Smurfette

O conceito faz referência à prática comum na cultura pop de ter uma única personagem feminina dentro de um grupo variado de homens.

Isso pode acontecer tanto no núcleo principal de um filme ou série, como também em subgrupos dentro da narrativa.

A Síndrome de Smurfette é um reflexo da visão do mundo heteronormativo que o homem é o centro dos acontecimentos.

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Garotos são a norma, garotas a variação; garotos são indivíduos, garotas são tipos. Garotos definem o grupo, sua história e seu código de valores. Garotas existem apenas em relação a garotos.

- Katha Pollitt 

Além da Síndrome de Smurfette, na maior parte das vezes essas mulheres são retratadas de forma estereotipada e/ou sexualizada.

Nos últimos anos, produções da cultura pop começaram a colocar mulheres como protagonistas, mas não quer dizer que a Síndrome de Smurfette deixou de existir.

Não adianta ter uma mulher como protagonista, enquanto todos os outros personagens da trama são homens.

Algo que exemplifica esse cenário é o Teste Bechdel, que avalia o nível de representação feminina dentro de um filme.

Para passar no teste é necessário: 1. Ter pelo menos 2 mulheres nos filmes; 2. Que elas conversem pelo menos uma vez sobre algo que não seja um homem.

Filmes populares da cultura pop não passaram no teste, como a trilogia de Senhor dos Anéis (2001 - 2003), Os Vingadores (2012) e 8 dos 9 capítulos de Star Wars (1977-2019).

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