Rainha Tereza do Quariterê: a história símbolo da resistência negra
Por Nicole Ballesteros
O dia 25 de julho foi declarado Dia Nacional Tereza de Benguela e da Mulher Negra, pela Lei nº 12.987 de 2014. Esse também é o Dia Internacional da Mulher Negra Afro-latino-americana e Caribenha.
A data foi criada durante o I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, realizado em Santo Domingo, na República Dominicana, em 1992.
Você sabe quem foi Tereza de Benguela?
Tereza de Benguela ficou conhecida pela liderança e insurgência no Quilombo do Quariterê, localizado no Mato Grosso durante o Brasil Colonial.
Benguela tornou-se a referência das pessoas negras escravizadas embarcadas do sul de Angola, via portos de Benguela, para cruzar o Atlântico.
A Rainha Tereza do Quariterê, como era referenciada, chegou ao Brasil para ser escravizada nas áreas de mineração por volta de 1730.
Já existiam registros do Quilombo do Quariterê em 1748. Ao longo do tempo, ele se expandiu e formou mais núcleos de resistência ao domínio colonial, compostos por quilombolas e indígenas.
O Quilombo foi atacado muitas vezes, mas ressurgia. Esse “grande quilombo” já havia sido liderado pelo rei José Piolho até sua morte.
A rainha viúva Tereza assumiu a liderança do quilombo na década de 1750, além de estruturar e organizar política e militarmente a resistência.
Registros comprovam que no reinado de Quariterê formou-se um parlamento, evidenciando a atuação articulada das diversas estruturas de poder, economia e combate.
Em 1770, um ataque destruiu o quilombo. Mulheres, homens e crianças foram capturados/as.
Embora as informações sobre a morte da Rainha Tereza não sejam exatas, acredita-se que ela foi capturada e teria se suicidado na prisão.
Tereza de Benguela tornou-se um símbolo da insurgência negra no Brasil colonial. Mulher negra africana deixou um notável legado, único na história brasileira. Liderou mais de cem homens e mulheres, negros/as e indígenas, para a libertação.