Por que amamentar em público ainda é um tabu?

Por Daniela Valenga

Comentários desagradáveis, olhares de reprovação, sugestões de cobrir a mama, convites para amamentar em outro local. Essas são realidades vividas por mães enquanto amamentam seus bebês.

Mas por que uma prática tão antiga e natural quanto a necessidade humana de se alimentar ainda é um tabu?

Um ponto é que olhar sobre o corpo das pessoas que gestam ainda é orientado pela lógica sexualizante do patriarcado. Por isso, expor o seio para alimentar o bebê é considerado moralmente agressivo.

Ainda, a amamentação é mais um processo fisiológico que a sociedade transforma em polêmica, como o parto, a menopausa, o período menstrual e a sexualidade.

Ou seja, a amamentação ainda é um tabu porque a sociedade insiste em controlar, subjugar e sexualizar os corpos dessas pessoas em vez de tratar como igualmente humanos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a amamentação exclusiva desde a primeira hora de vida até os seis meses de idade, e como complemento alimentar até os dois anos ou mais.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) garante o direito à amamentação a lactantes em qualquer espaço, seja público ou privado.

Nos últimos anos, leis estaduais vieram para reforçar esse direito das mães e nenês da amamentação ocorrer em qualquer lugar.

Em Santa Catarina, amamentar em qualquer lugar é um direito assegurado por lei desde 2014. A legislação prevê multa de R$2 mil a R$40 mil aos estabelecimentos que impedirem mães de amamentar.