Pesquisa do instituto Datafolha (2024) mostra que a maioria das pessoas católicas, evangélicas e espíritas defende que a lei do aborto continue como é hoje ou seja permitida em mais situações.
Atualmente, o aborto é um direito no Brasil em 3 situações: gravidez resultante de violência sexual, risco à vida da gestante e feto anencéfalo.
De acordo com o Datafolha, entre católicos, 46% acreditam que a lei deve seguir como está, 13% que o aborto deve ser permitido em mais situações, 5% em qualquer situação e 34%, totalmente proibido.
Entre evangélicos, 39% acreditam que a lei deve permanecer como é, 12% que deve ser expandida, 3% que o aborto deve ser legal em todas as situações e 44% totalmente proibido.
Entre Espíritas e Kardecistas, 37% disseram que a lei deve seguir igual, 21% que deve ser legal em mais casos, 10% que o aborto deve ser totalmente legal e 32% são contra em qualquer situação.
Em relação à prisão por aborto, 51% dos espíritas/Kardecistas acreditam que a mulher não deveria ser presa. O número é de 38% entre evangélicos e de 39% entre católicos.
Um estudo de 2023 mostrou que a posição contrária à prisão de mulheres que praticam aborto vem crescendo no Brasil e é maioria inclusive entre católicos e evangélicos.
A pesquisa foi realizada pelo Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), Observatório de Sexualidade e Política (SPW) e Centro de Estudos de Opinião Pública (Cesop/Unicamp).
Segundo o relatório da pesquisa, isso revela “um elevado grau de empatia com essas pessoas que decidem interromper uma gestação não planejada” por parte da população.
As organizações ainda destacam que o resultado vai “na contramão do que é defendido pelos conservadores ‘pró-vida’ em seus discursos no Congresso”.
No Brasil, há organizações religiosas que atuam na defesa da justiça reprodutiva, como as Católicas Pelo Direito de Decidir e Rede de Mulheres Negras Evangélicas.
“É necessário respeitar a vontade dessas mulheres de planejarem seus projetos de vida, que inclui ter ou não filhos.”
- Gisele Pereira, Católicas pelo Direito de Decidir.
“O pior de tudo é quando fundamentalistas usam o nome de Jesus para jogar meninas na condição de menos humanas, logo Ele que ressuscitava meninas.”
- Simony dos Anjos, Rede de Mulheres Negras Evangélicas.