O feminismo decolonial de María Lugones

Por Inara Fonseca

Foto: Martina Perosa

María Lugones foi filósofa, professora na Universidade de Binghantom (Nova York) e ativista feminista. Nascida na Argentina, em 1944, mudou-se para os Estados Unidos nos anos 1960.

Foto: Lavaca

Em 2006, María Lugones entrou para o grupo Modernidade/Colonialidade, conhecido por propor a teoria crítica decolonial, em uma reunião realizada na Venezuela.  

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Sua obra se tornou um marco para os estudos de gênero e colonialidade. Rumo a um feminismo descolonial, publicado na Revista de Estudos Feministas, é reconhecido como fundamental.  

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María Lugones acrescentou o conceito de colonialidade de gênero às formas de colonialidade do ser, do poder e do saber. 

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Para ela, um dos efeitos da Modernidade/Colonialidade é a criação de um sistema moderno e colonial eurocêntrico de gênero.

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Nesse sistema, os seres são divididos - a partir da intersecção entre raça, classe, gênero e sexualidade - em animais e humanos. 

Obra da série Geometria Brasileira, de Rosana Paulino. Foto: Isabella Matheus 

Humanos são o homem branco, detentor da razão e inteligência, e a mulher branca, reprodutora da classe dominante. Não humanos: indígenas e negros

Rosana Paulino, página do livro História Natural, 2016.  

"A heterossexualidade tem sido [...] violenta, degradante e convertido a gente “não branca” em animais e as mulheres brancas em reprodutoras d’A Raça (branca) e d’A Classe (burguesa)."

María Lugones

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Dessa forma, María Lugones apresenta a denúncia que “mulher colonizada” é uma categoria vazia, já que nenhuma mulher colonizada é humana. Sendo gênero uma opressão colonial. 

Foto: Série Bastidores, Rosana Paulino 

A feminista explica que descolonizar o gênero é uma práxis. Sendo necessário romper a opressão  de  gênero   racializada,  colonial, capitalista  e heterossexualizada visando transformar o social.  

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"O feminismo não fornece apenas uma narrativa da opressão de mulheres. Vai  além [...] ao  fornecer materiais que permitem às mulheres compreender sua  situação sem sucumbir a ela."

María Lugones

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María Lugones morreu aos 76 anos, em 2020, devido a uma parada cardíaca.  

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"Chamo a opressão  de  gênero racializada capitalista de colonialidade de gênero. Chamo a possibilidade  de superar a colonialidade  do gênero de feminismo decolonial."

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"Não se resiste sozinha à colonialidade do gênero. [...] Comunidades, mais que indivíduos, tornam possível o fazer; alguém faz com mais alguém, não em isolamento individualista." 

María Lugones

Foto: Reprodução

Quer saber mais sobre o pensamento de María Lugones? leia Rumo a um feminismo descolonial na íntegra.  

Foto: Capa Revista de Estudos Feministas