O conflito entre Israel e Hamas completou um mês e a ofensiva israelense já matou mais de 10 mil palestinos na Faixa de Gaza. Entre as vítimas, estão mais de 4 mil crianças e 2,6 mil mulheres.
Desde o ataque do Hamas que deixou 1,4 mil mortos, o governo de Benjamin Netanyahu bombardeia Gaza e decretou cerco total à região, impedindo a entrada de recursos básicos como água e medicamentos.
Diante do genocídio em curso dos palestinos e das palestinas, apelos e mobilizações por um cessar-fogo crescem no mundo todo, endossados por movimentos protagonizados por mulheres.
Três dias antes do ataque do Hamas, ativistas já tinham se reunido, em Jerusalém, para exigir uma solução para o conflito palestino-israelense que se estende por mais de 70 anos.
O encontro foi promovido por movimentos de mulheres israelenses (Women Wage Peace) e palestinas (Women of the Sun).
“Nós, mães palestinas e israelitas, estamos determinadas a parar o ciclo vicioso de derramamento de sangue e a mudar a realidade do difícil conflito entre ambas as nações”, declaram as organizações.
O movimento palestino Boicote, Desinvestimento, Sanções (BDS) lançou recentemente uma carta aberta pedindo o fim do genocídio em Gaza e afirma que esta é uma causa feminista.
“Historicamente, os movimentos de mulheres têm sido fundamentais para as lutas contra a opressão, a discriminação, o colonialismo e o militarismo”, lembra o documento.
A carta pede por um cessar-fogo imediato, já que nas últimas semanas Israel bombardeou indiscriminadamente bairros civis inteiros, hospitais, escolas, igrejas e mesquitas.
Para a escritora Judith Levine, o feminismo é um movimento contra a dominação. Portanto, exigir o fim do apartheid israelita e da ocupação das terras palestinas é um ato feminista.
“O feminismo é um movimento construído sobre a possibilidade de uma transformação humana profunda. Isso significa manter a crença na possibilidade de uma solução negociada entre Israel e Palestina”
- Judith Levine
Claudia dos Santos, da Frente Gaúcha de Solidariedade ao Povo Palestino, também destaca, em sua coluna no Brasil de Fato, a resistência de mulheres palestinas ainda no fim do século XIX contra o colonialismo.
"Não há como lutar pela libertação das mulheres sem garantir a libertação das mulheres palestinas"– Claudia dos Santos
No último dia 4 de novembro, Dia Mundial de Solidariedade ao Povo Palestino, atos contra os ataques e o genocídio nos territórios palestinos foram realizados em diversas cidades ao redor do mundo.
No Brasil, mobilizações também aconteceram em capitais como São Paulo e Porto Alegre. Manifestantes levavam cartazes pedindo “cessar-fogo”, o “fim do genocídio” e o boicote e sanções a Israel.
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Imagens: Daniel Violal, MAHMUD HAMS/AFP, Unsplash, Palestinian Feminist Collective, Iolanda Depizzol, Menahem Kahana, Elineudo Meira.