Empreendedorismo e sagrado feminino lideram 8 de março nas redes
Por Daniela Valenga
Apenas 5% das menções em redes sociais, blogs e reviews durante o 8 de março de 2024, Dia Internacional das Mulheres, abordaram a ampliação de direitos ou a questão da violência de gênero.
É isso o que identificou uma pesquisa da ONG Think Olga com a Timelens, que buscou entender o que as brasileiras e os brasileiros pensam, debatem e pesquisam na internet durante a data.
“É urgente ampliar, qualificar e priorizar a discussão sobre equidade de gênero — o brasileiro não sabe o que o Brasil faz com suas mulheres e como a maioria delas vive”, concluiu o estudo.
Nas redes sociais, houve um aumento de 49% de menções da data, em relação ao ano passado.
Ao analisar mais de 800 mil comentários nas redes sociais, a pesquisa identificou que a data tem um caráter mais comercial, ligado a presentes, do que de luta por direitos, motivo que originou a data.
A maioria das mensagens reforça a ideia de “mulher forte e guerreira”, mas sem problematizar os motivos políticos e sociais do porquê as mulheres precisam agir dessa maneira.
No TikTok, a hashtag mais associada à data foi #empreendedorismofeminino, com mais de 4 bilhões de visualizações, seguida de #sagradofeminino, com 153 mil, e #leimariadapenha, com 108 mil.
No Google, houve um crescimento de 46% no interesse sobre o tema, considerando os últimos três anos. Um termo que apresentou pico de buscas durante o 8 de março foi “Dia do Homem”.
De acordo com Maíra Liguori, diretora da ONG, os dados revelam que a sociedade coloca os direitos das mulheres em segundo plano, perpetuando a ilusão de que as mulheres têm a capacidade de suportar todas as formas de opressão.
“O Dia das Mulheres não pode perder sua vocação política. Essa data serve para nos lembrar que, ao longo de todo o ano, nossos direitos estão em disputa”
Maíra Liguori, diretora da ONG Think Olga.
Acompanhe mais conteúdos como este no Portal.
Imagens: Freepik, Pexels, Carol Esmanhotto e reprodução.