15º Encontro Feminista Latino-Americano e Caribenho - Eflac 

Por Kelly Ribeiro 

 Pacto Transfeminista por uma Vida Livre de Violência

O 15º Encontro Feminista Latino-Americano e Caribenho (Eflac), realizado em El Salvador entre 22 e 25 de novembro de 2023, firmou uma série de compromissos entre as organizações presentes.

A seguir, confira pontos da carta final do encontro que selam esses compromissos.

1 - Defesa dos direitos reprodutivos, especialmente do direito ao aborto legal, seguro e gratuito:

“Somos mulheres latino-americanas e caribenhas que reafirmamos o direito ao aborto legal, seguro e gratuito como um direito fundamental e uma luta emancipatória.”

2 - Luta contra a violência de gênero e a violência institucional:

“Que o próximo dia 25 de novembro seja o lançamento de uma rede regional que atuará para exigir que os Estados previnam, sancionem e erradiquem a violência contra mulheres e dissidências de gênero.”

3 - Posição crítica aos modelos político-econômicos capitalistas e extrativistas:

“Lutamos para transformar os modelos político-econômicos e a hegemonia capitalista e extrativista que superexplora a natureza, gera consumos excessivos e produz a destruição (...).”

4 - Proteger e cuidar umas das outras através das redes comunitárias de proteção; processos de cura ancestrais; espaços de refúgio e muito mais:

“Nos comprometemos a colocar o cuidado e a proteção no centro da nossa ação política como estratégia de sobrevivência regional.”

5 - Consolidação do Eflac como pacto transfeminista que reconhece as diversas identidades e perspectivas feministas:

“Somos pessoas trans, não binárias, gênero fluidas, intersexo, queer, lésbicas, bissexuais, pansexuais e agêneros, mulheres com deficiência, indígenas, negras, mulheres vivendo com HIV, gordas, monstros, bruxas e loucas.”

6 - Chamado à interseccionalidade e luta antirracista dentro do movimento feminista:

"Reconhecer como a estrutura racista, patriarcal, classista, capacitista, capitalista e hetero-cisnormativa afeta nossos corpos e compreender estas opressões e resistências como transversais (...)".

7 - Valorização da arte, cultura e comunicação feministas como ferramentas de transformação:

“E na necessidade de posicionar a arte, a cultura e a comunicação feministas como eixos transformadores que acompanham, incidem e que são parte das lutas (...)".

8 - Solidariedade com outros movimentos sociais e lutas em diversos países da região:

“(...) fazemos um chamado a todos os territórios e convocamos para o diálogo interno, como parte do processo de articulação que nos fortalece para um horizonte feminista.”

9 - Compromisso com a continuidade do movimento feminista e do Eflac:

“Porque reconhecemos no nosso trabalho conjunto as nossas diversas identidades (…) Nossa potência é transformadora!”

Para ler o documento na íntegra, acesse: