Conheça 8 conceitos de resistência ao racismo e ao machismo

Por Gabriele Oliveira

Fotos: Reprodução

O feminismo negro é um movimento social protagonizado por mulheres negras, que tem como objetivo trazer para o debate e dar visibilidade às pautas dos direitos destas mulheres.

O movimento se intensificou no Brasil na década de 1970 e se mantém ativo até hoje.

Confira abaixo alguns dos verbetes mais utilizados neste contexto:

Trata do pacto narcísico entre pessoas brancas para se assegurar nos espaços de poder e decisão pela preferência silenciosa e ideológica de iguais.

Branquitude, por Maria Aparecida Silva Bento 

O branco é elevado como modelo universal de humanidade, alvo de desejo dos outros grupos raciais. Por isso, a responsabilidade dele na manutenção das desigualdades é trazida ao centro do debate.

Conceito de irmandade entre mulheres negras, unidas pelas violências físicas, morais, emocionais e patrimoniais sofridas cotidianamente.

Dororidade, por Vilma Piedade

A dororidade parte da localização da mulher negra, considerando que a sororidade não basta, pois foi pensada dentro de um projeto feminista construído para a mulher branca, de classe média, ocidental e instruída.

Instrumento de luta social,  não somente individual, mas também coletivo, que objetiva fazer com que as minorias sociais saiam do lugar de subalternidade.

Empoderamento, por Joice Berth

É um processo no qual o indivíduo se conscientiza do seu papel dentro da sociedade e da opressão a que está sujeito, e atua para que a comunidade em que está inserido também tenha essa consciência.

Movimento de resistência à imposição colonial, pela subversão ao processo de dominação colonial europeia, a partir de movimentos sucessivos de independência.

Feminismo Decolonial, por Maria Lugones

O feminismo decolonial considera a existência de uma matriz de dominação que reflete na sobreposição dos sistemas de dominação, como o capitalismo, o heteropatriarcado, o racismo e o sexismo.

Para a teórica, as estruturas de raça e de gênero, de forma combinada, colocam as mulheres negras em situação maior de vulnerabilidade.

Interseccionalidade, por Kimberlé Crenshaw

O conceito considera que grupos específicos, em que existe a articulação de certos marcadores sociais, como classe, sexualidade, etc., estão susceptíveis a maiores discriminações e violência.

O conceito tensiona a autoridade de enunciação e a capacidade de escuta por meio da localização social do sujeito nas relações de poder.

Lugar de Fala, por Djamila Ribeiro 

Refletir sobre privilégios e atuar na emergência de vozes historicamente silenciadas e interrompidas, propiciando uma multiplicidade de vozes, é a proposta do reconhecimento do lugar de fala

A história da opressão racial e de gênero de mulheres negras leva à promoção de uma visão de mundo acessível principalmente, ou até exclusivamente, às mulheres negras.

Mulherismo, por Hill Collins

O mulherismo fornece uma maneira para que as mulheres negras abordem a opressão de gênero, sem excluir os homens negros, uma das principais críticas ao feminismo.

Essa noção destaca que o racismo constitui as relações sociais no seu padrão de normalidade, sendo um modo de estrutura social.

Racismo Estrutural, por Silvio Almeida

O racismo é uma forma de normalidade, de compreensão das relações, constituindo as ações não só conscientes, como também as inconscientes. A violência contra pessoas negras é naturalizada.