Colorismo no Brasil e o limbo racial

Por Gabriele Oliveira Fotos: Michelle Leman, Pexels.

No Brasil, pessoas com determinados fenotípicos ou ascendência formam grupos de classificação racial:

Brancos, indígenas, amarelos e negros - divididos entre  pretos e pardos.

Mas, no senso comum, as possibilidades vão muito além das cinco categorias reconhecidas pelo

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

A identidade racial de uma pessoa está ligada ao lugar que ela ocupa na estrutura social. Não se trata de uma escolha do sujeito.

Mestiços, morenos, cafuzos, mulatos, mamelucos e caboclos:

socialização vivenciada por cada um.

Cada definição está relacionada à ideia de raça construída historicamente no país, somada à 

Por isso, muitas pessoas acabam se deparando com a sensação de não pertencimento a um determinado grupo racial.

Não sou negra, e não sou branca.  Quem eu sou?

que não acolhe, e que, muitas vezes, invalida vivências. 

É um limbo racial

O lugar do negro de pele mais clara, muitas vezes autodeclarado de pardo, é um não-lugar.

A divisão de negros entre pretos e pardos gera muitas discussões sobre as diferentes formas de opressão enfrentadas pelo grupo. 

Entre elas, está o colorismo.

surgiu em 1982, usado pela escritora Alice Walker.

pigmentocracia

O colorismo é um conceito que consiste na discriminação pela tonalidade da cor da pele. Também chamado de

Dentro dessa análise, pessoas negras de pele escura enfrentam um racismo mais severo do que pessoas negras de pele clara, que contam com

passabilidade branca.

A forma como o preconceito se manifesta não depende da melanina na pele, mas sim do encontro com o racista.

Porém, é preciso se atentar para que a discussão não sirva para

pessoas negras.

segregar 

Uma pessoa negra de pele mais clara pode ter mais oportunidades nos

mercados de afeto e trabalho.

Mas, isso não significa que sofra menos.  

Por essa falta de compreensão, quando aplicado à realidade brasileira, o conceito estadunidense muitas vezes gera conflito.

quantificação de sofrimento

Colorismo é sobre oportunidades, e não 

Pela sua formação - com histórico de políticas de embranquecimento e famílias interraciais - há, no Brasil, uma imensa

diversidade de identidades raciais.

Tal diversidade não é encontrada em muitos lugares do mundo. E dentro dela, surgem os pardos: categoria residual gerada pela

miscigenação.

Dentro das diversas problemáticas que envolvem o termo 'pardo', há ainda uma série de questões referentes ao

apagamento indígena.

O primeiro uso do termo, inclusive, foi para descrever indígenas na carta que Pero Vaz de Caminha enviou a Portugal.

Nem todo pardo é negro.

Há ainda a discriminação às pessoas de origem asiática -

 utilizado diversas vezes para alimentar o mito da democracia racial brasileira.

o racismo amarelo, 

São várias as características que fazem uma pessoa ser lida como negra. Em alguns casos, apesar da coloração ser a mesma,

são os traços que definem a raça de cada um.  

siga o catarinas Para entender mais sobre a formação da identidade racial de mulheres não-brancas.