Burnout Parental: 9 em cada 10 mães estão exaustas

Por Daniela Valenga

A cada 10 mães, 9 estão apresentam algum sintoma relacionado ao Burnout Parental, ou seja, exaustão emocional em relação ao cuidado com o filho.

É isso o que mostra a primeira pesquisa brasileira de Burnout Parental, produzida pela B2Mamy e Kiddle Pass e que ouviu 2 mil mães brasileiras.

Os sintomas do Burnout são diversos, como exaustão emocional, desânimo, ansiedade, depressão, baixa autoestima, problemas de sono, dores de cabeça, mudanças de humor e uso de substâncias tóxicas.

O Burnout Parental é um tipo de esgotamento emocional que afeta mães, pais ou responsáveis, devido ao estresse contínuo e à sobrecarga associada às responsabilidades parentais cotidianas.

No Burnout Parental, pode haver exaustão emocional especificamente em relação aos cuidados com os filhos com episódios de raiva ou apatia extrema.

Também, sentimentos de distanciamento da realização pessoal na parentalidade e comparação inadequada comparada a outras figuras parentais.

Conforme o estudo, a figura materna passa, por exemplo, a não reconhecer e manter emoções positivas com o filho e tem desafios em entender as necessidades da criança.

Entre as mães que participaram da pesquisa, 41% apresentou sintomas leves, 41%, sintomas moderados, 6%, sintomas graves e 12% sem sintomas relevantes.

As mães negras sinalizaram no estudo um esgotamento moderado a grave 21% maior que as mães brancas.

A pesquisa também identificou que o esgotamento das mães é 20% maior quando o pai não é presente, dividindo também as tarefas do cuidado.

As mães sem rede de apoio fora do período escolar, demonstraram 59% a mais de esgotamento moderado a grave das que informaram que possuem.

“Romper com essa estrutura social requer um compromisso coletivo para garantir que todas as mulheres tenham a possibilidade de cuidar e serem cuidadas”.

- Nana Lima, diretora executiva da Think Olga, em colaboração ao estudo.

51% das mães demonstraram menor esgotamento quando conseguem organizar um tempo de presença na vida dos filhos.

Conforme o estudo, é necessário um trabalho conjunto entre setores privado e público para mudar essa realidade de exaustão das mães.

No setor privado, é citado a importância de políticas que estejam alinhadas às necessidades parentais, além de prover ambientes pró família.

Já no público, é destacado a importância de investir em benefícios pró família e investir na infraestrutura da rede de apoio pública.

Também é destacado a importância dos homens atuarem para mudar essa realidade, através da paternidade ativa.

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