9 questões sobre aborto em Vai Na Fé 

Por Daniela Valenga

A novela Vai Na Fé, exibida no horário das 19h na Rede Globo, tratou sobre o aborto em episódios exibidos nos dias 1º e 2 de junho.

A pedido de uma aluna, a advogada Lumiar (Carolina Dieckmann) defendeu Talita (Clara Tiezzi), jovem que foi presa após recorrer à clandestinidade para realizar o aborto. 

A jovem havia sido estuprada e, por isso, tinha direito ao aborto legal, porém o acesso ao procedimento foi dificultado pelo sistema de saúde. 

A trama sobre aborto legal na novela é pioneira na na TV aberta. Separamos questões sobre a forma como o tema foi tratado, acompanhe:

Em diversos momentos é reforçado que Talita teria o direito ao aborto segundo a legislação, que permite o procedimento em caso de violência sexual, risco à vida da mulher e feto anencéfalo.

1. Um direito

Talita relata que tentou acessar o direito, mas não conseguiu: “Tive que repetir a minha história mais de dez vezes e cada vez era pior. Parecia que tavam duvidando de mim”.

2. Revitimização

A trama mostrou como a criminalização do aborto afeta inclusive aquelas mulheres que têm direito ao aborto legal, por conta do estigma que se forma em torno do procedimento.

3. Criminalização

Por não conseguir acessar o procedimento a que tinha direito, em desespero, Talita precisou recorrer à clandestinidade, o que gerou insegurança em torno do aborto.

4. Clandestinidade como saída

A princípio Jennifer (Bella Campos) julga a atitude de Talita e considera que ela cometeu um crime, mas, depois de conversar com uma amiga, concorda que o único crime a ser julgado é o do estupro.

5. O crime é o estupro

“Eu não peço que concordem com a atitude da Talita. Apenas que se faça cumprir a lei”, disse Lumiar, resumindo a questão que não são opiniões pessoais que valem, mas a lei.

6. O que vale é a lei

Talita contou com a ajuda da amiga Alice (Laiza Santos) e de Lumiar para sair da prisão, mostrando a importância da rede de apoio de mulheres em momentos como este.

7. Rede de apoio

A trama apresentou o medicamento abortivo usado como perigoso. Na realidade, o misoprostol, medicamento mais usado, é recomendado e considerado seguro pela Organização Mundial da Saúde.

8. O estigma do medicamento

Uma das questões não abordadas é que a equipe médica cometeu um crime ao denunciar a jovem, e não respeitar o sigilo médico, conforme a Constituição Federal e o Código Penal.

9. Sigilo médico

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