8M a greve feminista internacional

Por Daniela Valenga

foi o lema de feministas que saíram às ruas ao redor de todo o mundo em 8 de março de 2017.

“Se nossas vidas não importam, que produzam sem nós”

O movimento internacional foi impulsionado pelo coletivo feminista argentino Ni Una Menos, que havia sacudido os países latino-americanos em 2015.

Também foi influenciado

pelos protestos das brasileiras contra a criminalização do aborto  (2015) 

das polonesas contra a proibição total da prática (2016) 

das estadunidenses contra o arbítrio trumpista (2017) 

entre outras manifestações de mulheres em todo o mundo

“Eles anunciam um novo movimento feminista internacional com uma agenda expandida – ao mesmo tempo antirracista, anti-imperialista, anti-heterossexista e anti-neoliberal.” 

- Chamada marcha 8M de 2017 

A inspiração foi a greve de 1975 na Islândia, na qual as mulheres cessaram as suas atividades de trabalho, remunerado ou não, para reivindicar atenção para as desigualdades. 

O movimento se intensificou e alcançou diferentes regiões do mundo, acontecendo nas capitais de países e também nas regiões do interior.

“Usemos a ocasião deste dia internacional de ação para acertar as contas com o feminismo do ‘faça acontecer’ e construir em seu lugar um feminismo para os 99%.”

- Chamada marcha 8M de 2017 

Em Florianópolis, o movimento ganhou força, integrando uma frente ampla de mulheres, muitas delas militantes de organizações e movimentos sociais, sindicatos, com adesão de feministas autônomas.

Já em 2017, cerca de 3 mil pessoas saíram às ruas de Florianópolis com o lema “Se nossas vidas não importam, que produzam sem nós”. A cada ano, o número de participantes aumenta.

Em 2018, o tema do 8M foi “Tempo de Rebelião”. Naquele ano, foi promovido um boicote a empresas e marcas moral e politicamente incorretas e incentivo à busca por alternativas na economia solidária.

Em 2019, o nome do movimento foi "8Marielle”, como uma forma de lembrar a vereadora assassinada no Rio de Janeiro em março de 2018.

No ano de 2020, o tema foi Viver com Dignidade e Liberdade: Trabalho, Corpo e Território.

Já em 2021, sobre o contexto da pandemia, ocorreu a “Jornada Schirlei Azevedo” (em homenagem à militante do movimento falecida em 2020) A programação no formato online teve como tema:

Em 2022, o movimento terá como lema “8M Elza: Da Terra Aos Nossos Corpos, Respeitem Nossas Histórias”, em homenagem póstuma à cantora Elza Soares e às lutas mais centrais das brasileiras.

“Vamos homenagear a Elza, porque a Elza é uma artista que fez a denúncia sobre a fome, que fez a denúncia sobre o racismo, que fez a denúncia na obra dela sobre violência, e esse é o tema que nos move. Então vamos homenagear a Elza".

- Íris Gonçalves Martins, integrante do 8M

Nesses 5 anos, os principais demandas do 8M foram:

– Contra a discriminação no trabalho;

– Pela visibilização do trabalho não remunerado (cuidado doméstico e materno);

– Contra a discriminação racial;

– Pelo direito à expressão da sexualidade;

– Pelo acesso ao aborto legal e seguro;

– Contra a Reforma da Previdência e Trabalhista;

– Pela democracia;

– Em defesa das mulheres encarceradas;

– Pela inclusão e direitos das mulheres com deficiência.

– Pela vida de todas as mulheres do campo, da cidade e das periferias: negras, indígenas, brancas, refugiadas, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis.

Quer saber mais? Acompanhe a cobertura do Portal Catarinas sobre o 8M.