7 mulheres que enfrentaram a Ditadura Militar no Brasil
Por Daniela Valenga
Nadir Kfouri (1913 - 2011)Assistente social e professora, foi reitora da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). Em 1977, houve uma invasão policial ao campus, com centenas de alunos presos e feridos.
Foi quando Nadir protagonizou uma cena que marcou o período. Quando ela chegou ao campus, Erasmo Dias, secretário de Segurança Pública de SP, tentou cumprimentá-la e ela respondeu: “não dou a mão a assassinos”.
Dilma Rousseff (1947)
Economista e primeira presidenta do Brasil, lutou pela derrubada da ditadura, pela democracia e pela liberdade no Brasil.
Foi presa e submetida a torturas em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Após deixar a prisão, fez campanha em favor do partido de oposição ao regime militar.
Marli Pereira Soares (1954)Testemunhou o assassinato do irmão pela polícia militar. No dia seguinte, junto com seu pai, foi à delegacia e reconheceu um dos assassinos de seu irmão, que nunca foi preso.
Passou a ir diariamente à delegacia buscar justiça pelo irmão. Sua luta fez com que fosse apelidada pela imprensa como “Marli Coragem”.
Madre Maurina (1926 - 2011)Em 1969, foi presa em frente ao orfanato para meninas que era diretora, sob suspeita de abrigar guerrilheiros, que ela pensou serem do movimento estudantil.
Passou por cinco meses de tortura. Em 1970, foi exilada para o México, em troca do cônsul japonês Nabuo Okuchi, que havia sido sequestrado pela Vanguarda Popular Revolucionária (VPR).
Amelinha Teles (1944)Militante do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), foi presa e torturada, junto do marido e um companheiro de partido. Seus filhos, de 4 e 5 anos, também foram obrigados a assistir os pais serem torturados.
Em 2005, a família Teles moveu uma ação declaratória contra Carlos Alberto Brilhante Ustra, que em 2008 foi o primeiro agente da ditadura a ser declarado torturador.
Carolina Rewaptu (1960)Liderança indígena que teve parte de seu povo, os A’uwe Uptabi de Marãiwatsédé, dizimado pela ditadura militar. Se tornou professora para contar a história de seu povo.
A luta de Carolina foi essencial para a investigação das mortes ocorridas na expulsão de seu povo e também para a retomada das terras, retomadas 46 anos depois da expulsão.
Elizabeth Teixeira (1925)
Uma das lideranças camponesas mais importantes da história, não se curvou às ameaças dos latifundiários e deu continuidade à luta por trabalho digno e pela reforma agrária.
Foi presa várias vezes, perseguida pela ditadura e por jagunços e perdeu dois filhos assassinados. Até hoje, com 99 anos, defende a reforma agrária e a melhoria de vida no campo.
As histórias dessas e de outras mulheres e homens que enfrentaram e resistiram à Ditadura Militar Brasileira estão disponíveis no portal Memórias da Ditadura, do Instituto Vladimir Herzog.