3 questões que o BBB23 pode nos ensinar sobre bissexualidade

Por Jess Carvalho

Nos últimos dias, os participantes do BBB23 falaram de bissexualidade sob diferentes vieses. Gabriel Santana disse que é bissexual, mas prefere transar com mulheres. Já Bruna Griphao se autodeclarou “bissexual heteroafetiva”.

“Eu me interesso romanticamente por homens e mulheres, mas por homens a atração sexual é muito rara. A atração sexual é muito mais por mulher.” - Gabriel Santana

Bissexualidade não é 50/50 - Assim como Gabriel Santana, outras pessoas bissexuais também podem preferir se relacionar (romanticamente ou sexualmente) com parceiros de um determinado gênero, e tá tudo bem.

Não existe régua para a bissexualidade, ou seja, pessoas bissexuais não precisam sentir o mesmo nível de atração por homens e mulheres para ter sua orientação sexual validada. O que valida a orientação sexual de alguém é a autodeterminação.

A psicóloga feminista Corey Flanders diz que a bissexualidade funciona como uma espécie de guarda-chuva que agrupa uma série de vivências – entre elas, a das pessoas que se autodeterminam bissexuais heteroafetivas, por exemplo.

Bissexuais heteroafetivos são pessoas que só desenvolvem laços afetivos com pessoas do gênero oposto, embora sintam desejo sexual por pessoas do mesmo gênero.

Além das duas vivências mencionadas, existem muitas outras possíveis, e todas são legítimas. O ato de apagá-las ou tachá-las de “confusas” tem nome: é bifobia.

Bifobia é o termo usado para designar as violências sofridas por pessoas bissexuais em função de sua orientação sexual. O questionamento constante à validade de sua vivência é um exemplo clássico.

Então, antes de classificar a bissexualidade de Gabriel Santana e/ou de Bruna Griphao como “mera estratégia de jogo”, pense bem para não reproduzir bifobia.

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