Apenas 2 mulheres não-brancas venceram como Melhor Atriz em 95 anos de Oscar

Por Daniela Valenga

Na 95ª edição do Oscar, em 12 de março, Michelle Yeoh foi premiada na categoria de Melhor Atriz, pelo protagonismo no filme Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo.

No longa, Yeoh interpreta uma dona de lavanderia sino-americana que precisa lutar contra uma supervilã do multiverso, que é uma versão da sua filha, com quem tem uma relação conturbada.

Natural da Malásia, Yeoh é a primeira mulher asiática a vencer a categoria. No discurso, ela destacou a importância da representatividade.

"Para todos os meninos e meninas que se parecem comigo e estão assistindo, isso é um farol de esperança e possibilidades".

Ela recebeu o prêmio das mãos de Halle Berry, que em 2002 venceu a categoria Melhor Atriz pelo filme A Última Ceia.

No filme, Berry interpreta uma mulher que encara a criação do filho sozinha depois que o marido é condenado à morte, lidando com dificuldades financeiras e racismo.

Michelle Yeoh e Halle Berry são as duas únicas mulheres não-brancas a vencerem a categoria de Melhor Atriz em 95 edições do Oscar.

Esse fato expõe a falta de diversidade do Oscar. Em outras categorias, o cenário se repete. Como Atriz Coadjuvante, em 95 edições, 9 mulheres negras foram premiadas, por exemplo.

A primeira delas, Hattie McDaniel, foi a vencedora no ano de 1940 pelo filme “E O Vento Levou”. Ela precisou de uma autorização para comparecer ao evento e não pôde festejar com o restante do elenco.

Em 2016, após dois anos seguidos com indicações apenas para pessoas brancas nas categorias Melhor Ator e Melhor Atriz, a hashtag #OscarsSoWhite (Oscar tão branco) viralizou nas redes sociais.

Após isso, a Academia se comprometeu a promover mais diversidade no Oscar. Mas, nas redes sociais, é apontado como isso acabou se transformando apenas em uma cota e pessoas brancas seguem sendo as premiadas na maioria das categorias.

O Mulheres no Cinema ilustrou isso ao destacar as mulheres na foto dos indicados ao Oscar 2023, expondo como são minoria. Categorias principais, como Direção, não tiveram indicações de mulheres.

O número de mulheres racializadas indicadas é ainda menor. E, como exemplificado anteriormente, elas são as que menos vencem as categorias.

Em 2023, outro destaque é a vitória de Ruth Carter, na categoria Melhor Figurino. Ela é a primeira mulher negra a ser premiada duas vezes no Oscar.

Ambas as premiações foram pelos trabalhos de Carter nos figurinos da franquia Pantera Negra, em que destacou culturas do continente africano e da cultura maia.

“Obrigado à Academia por reconhecer a super-heroína que é uma mulher negra. Ela resiste, ela ama, ela supera”, disse a figurinista durante o discurso.

Acompanhe mais conteúdos como este no portal