13 mulheres indígenas falam sobre as violências que enfrentam
Por Vandreza Amante
Perguntamos para mulheres indígenas de todas as regiões do Brasil sobre as violências que enfrentam no dia a dia.
Imagem: Mídia Ninja
Em meio a violações de direitos humanos, elas enfrentam um desmonte das políticas afirmativas, enquanto lutam por dignidade para seus corpos, suas identidades culturais e pela continuidadede seus povos.
Imagem: @derivajornalismo
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Nós somos atacadas de todas as formas. Com racismo, com violência, com assédio sobre nossos corpos, sobre nossos territórios, com desrespeito às nossas vidas.
Ingrid Sateré Mawé
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Eu, como uma pessoa da sociedade brasileira, recebo preconceito duplo, por ser indígena e, na visão do não indígena, por ser trans.
Majur Harachell Traytowu
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Também sofremos as violências próprias do patriarcado, que tenta contaminar nossas comunidades e influenciar nossas estruturas organizacionais com a hierarquização de gêneros.
Judite Guajajara
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Somos criminalizadas, violadas e violentadas com discursos machistas, racistas e preconceituosos de todos os segmentos, algumas vezes até dentro do próprio movimento.
Raquel Tremembé
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No contexto histórico da colonização de nossos corpos e perda da nossa língua materna, nós ainda somos perseguidas pelo machismo estrutural dentro de nossos territórios.
Sammy Munduruku
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Violências domésticas, psicológicas, morais, patrimoniais, agressões verbais e físicas. Violência por sermos mulheres, indígenas e por mantermos nossa pintura e rituais.
Eli Tupinambá
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Precisamos enfrentar o machismo que se infiltrou até dentro das aldeias. Parece que estamos cometendo um crime ocupando nossos espaços dentro e fora da aldeia.
Nandjá Xokleng
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Essa coisa de poder é uma violência muito forte dentro dos territórios indígenas, porque nós mulheres estamos conquistando os nossos espaços e aparece aviolência física e verbal.
Edina Shanenawa
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Violência doméstica, alcoolismo, drogas, os filhos adolescentes se envolvem com isso. Não sabemoscomo resolver.
Cecília Piratapuia
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Desemprego, falta de incentivo à geração de emprego e renda. Dependência financeira, violência patrimonial e econômica, o que mantém as parentas refém dos maridos abusadores.
Avelin Buniacá Kambiwá
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A violência sofrida aqui na aldeia é o machismo. Se vamos fazer uma apresentação cultural e somos nós mulheres a puxar os cânticos, os homens não cantam junto, e trabalhamos de igual para igual.
Vanuza Kaimbé
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A Lei Maria da Penha não chega a ser validada nas aldeias. As medidas protetivas não são respeitadas, há dificuldades em se expressar corretamente em português para fazer a denúncia.
Jhelice Kaiowá
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Na pandemia aumentou a violência. A maioria dos nossos parentes não sabe que existe lei que ampara as mulheres. Contamos com o apoio de vocês para seguir forte a nossa luta.
Janete Dessana
Leia as entrevistas completas com
as mulheres indígenas.