Conheça a trajetória de Cida Gonçalves, ministra das Mulheres

Por Kelly Ribeiro

Maria Aparecida Gonçalves, ou Cida Gonçalves, é feminista, especialista em gênero e em enfrentamento à violência contra mulheres e ativista de defesa dos direitos das mulheres há mais de 40 anos.

Ela assumiu o Ministério das Mulheres depois de  compor a equipe de transição do governo Lula que fez a análise e o diagnóstico com relação às políticas direcionadas a essa parte da população.

Na cerimônia de posse, Gonçalves destacou que fará uma gestão para todas e que o ministério vai “trabalhar arduamente na reconstrução de um país com a cara e o jeito das mulheres.”

Natural de Clementina, interior de São Paulo, ela construiu sua trajetória política em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, onde foi coordenadora do movimento popular de mulheres nas décadas de 1980 e 1990.

Como representante desse grupo, coordenou o processo de articulação e fundação da Central dos Movimentos Populares no Brasil.

Em 1986, foi candidata pelo PT à deputada constituinte, sendo a única mulher a disputar esse espaço. Nos anos de 1988 e 2000, também foi candidata pelo PT à vereadora no Mato Grosso do Sul.

Em 2000, foi assessora da Coordenadoria à Mulher da Secretaria de Assistência Social, Cidadania e Trabalho do Estado em uma das gestões do governador Zeca (PT).

Em 1999 e 2000, foi assessora técnica e política da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para a Mulher em Mato Grosso do Sul. 

Depois, foi assessora da Coordenadoria de Atendimento à Mulher da Secretaria de Assistência Social Cidadania e Trabalho do mesmo estado entre 2001 e 2002.

Ocupou o cargo de Secretária Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres nos governos de Lula e Dilma Roussef (PT), atuando na construção da Lei Maria da Penha e da Lei do Feminicídio.

Nesse período, trabalhou na concepção do Ligue 180 como linha direta para registros sobre violência contra a mulher, iniciado em 2005.

Cida Gonçalves ajudou a elaborar o Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres e do Programa Mulher Viver sem Violência, que tem como carro-chefe a Casa da Mulher Brasileira.

Em entrevista à CNN, afirmou que sua gestão defenderá o direito ao aborto legal e que o Ministério vai dialogar transversalmente com outras pastas, como a da Saúde, para discutir políticas públicas.

Ela também destacou que o fortalecimento e a recuperação do Ligue 180, serviço de utilidade pública para o enfrentamento da violência contra a mulher, é uma prioridade. 

Já em encontro com representantes da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), dia 26 de janeiro, afirmou que “o ministério é ‘das mulheres’ porque elas são diversas e são plurais”.

“Esse vai ser o ministério do diálogo. Vamos falar com todos os ministérios, mas também com todos os movimentos de mulheres e feministas.”

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