2018, que ano!

Tivemos que enfrentar o machismo, a misoginia, o patriarcado, o racismo, a lesbo e a transfobia  em tantas esferas da sociedade – na política, na mídia, na economia, nos esportes, na educação, em nossa casa.

Olhando para trás, vemos que 2018 foi um ano marcante para as mulheres. Lutamos muito contra retrocessos, contra tudo e contra todos que tentaram nos calar.

Apesar de não sairmos ilesas, estamos vivas e juntas somos mais fortes. Com essa reflexão em mente para encerrar 2018 a #RetrospectivaCatarinas vem nos lembrar de um ano desafiador e com muitos fatos marcantes.

Por isso, a ideia desta lista de mulheres que nos inspiraram em 2018 é que possamos reconhecer umas às outras como pontos de apoio, de influência, com admiração e entusiasmo.

Uma forma de lembrarmos que não estamos sozinhas. Para nos mostrar que, se nos organizarmos, nós fortalecemos umas às outras e podemos mudar o mundo – seja com gestos grandes ou pequenos.

#SomosMuitasNaResistência

MAS, INSPIRADORAS EM QUE SENTIDO?

Em 2017 já listamos as mulheres que nos ajudaram a lembrar os fatos significativos do ano.

Assim como no ano passado, a lista de Mulheres que nos Inspiraram em 2018 não segue nenhum critério de organização, favoritismo e, de forma nenhuma, é uma lista comparativa ou de competição. Reunimos aqui mulheres para mostrar que #somosmuitas (em quantidade e diversidade) e podemos (e devemos!) valorizar e inspirar umas às outras.

As mulheres aqui listadas nos inspiraram e nos representaram de alguma forma durante o ano – muitas vezes longe dos holofotes e da grande mídia.

Por isso, fique à vontade para deixar seu comentário ao fim do texto contando quem te inspirou e que você acha que deve estar aqui! 🙂

AS MULHERES QUE ME NOS INSPIRARAM EM 2018

#1 Marielle Franco, mulher negra, lésbica, nascida e criada na Maré, vereadora do Rio de Janeiro que exerceu por pouco mais de um ano o cargo que representava na luta por direitos das mulheres, comunidade LGBT e população negra, até seu brutal assassinato.

#2 Dona Maria, que ocupou Porto Alegre no ato Mulheres pela Democracia. 

#3 Ana Paula Lima, deputada que enfrentou a misoginia no plenário catarinense.

#4 As mulheres da Frente pela legalização do aborto em SC, atuando em ações políticas para que o aborto seja tratado como uma questão de saúde pública e de direitos das mulheres.

#5 Joanna Burigo, escritora e pesquisadora em gênero, e as demais organizadoras e autoras do livro “Tem saída? Ensaios Críticos sobre o Brasil”, que propõe um novo olhar sobre as mulheres na política.

#6 As mulheres que lutam por terra e crédito e ocuparam a superintendência regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) em Florianópolis.

#7 Denice Santiago, a major que protege as mulheres na Bahia.

#8 Mulheres que marcharam no 8M ressignificando o 8 de março para que, em vez de um ato comemorativo, o dia marque a discussão sobre a situação da mulher na sociedade.

#9 Regina Nogueira, médica e ativista e uma das criadoras do Banco Grão, o primeiro banco comunitário digital dos povos tradicionais de matriz africana.

#10 Carla Ayres, primeira vereadora lésbica de Florianópolis.

#11 As mulheres que fazem da saúde e educação sua vida e lutaram por seus direitos em 2018.

#12 Sônia Guajajara, candidata a co-presidência do Brasil nas eleições 2018, primeira indígena candidata ao poder executivo central na história do Brasil.

Sônia Guajajara

#13 Mulheres da Mostra Teia de Afetos, discutindo mitos e verdades sobre maternidade. 

#14 As Minas do Motim, casa cultural gerida por mulheres que querem oferecer cultura no Rio em um espaço que vai além da Zona Sul. 

#15 Manuela D’ávila, jornalista, ex-deputada federal e candidata à vice-presidência da República nas eleições 2018. 

#16 As idealizadoras e modelos do ensaio “Afet@ – Como o afeto te afeta?”, desnudando corpos e afetos de casais apaixonadas em nome da visibilidade lésbica. 

#17 Mulheres da Ocupação Fabiano, no bairro Monte Cristo, em Florianópolis que contaram suas trajetórias de luta e resistência em situação de vulnerabilidade social. 

#18 Jéssica Michels, candidata a deputada federal nas eleições 2018, que defendeu uma política de saúde sexual e reprodutiva emancipadora para as mulheres.

#19 Chimamanda Ngozi Adichie, escritora nigeriana que tem difundido o conhecimento sobre feminismo de uma forma muito acessível por meio de seus romances. 

#20 Erica Malunguinhoa primeira mulher trans eleita deputada estadual em São Paulo. Negra, natural de Pernambuco, Erica é mestra em estética e história da arte pela USP e criadora da Aparelha Luzia, um quilombo urbano, espaço para fomentar produções artísticas e intelectuais na capital paulista.

#21 Mariana Franco ativista trans, colunista do Catarinas e candidata a deputada estadual em SC nas eleições 2018. 

#22 Cecília Palmeiro ativista do movimento #NiUnaMenos da Argentina.

#23 Vera Lucia, candidata à presidência do Brasil nas eleições 2018.

#24 Ligia Moreiras, candidata a deputada estadual de SC nas eleições 2018 e idealizadora da plataforma “Cientista que virou mãe”. 

#25 As Mulheres de Produto, uma comunidade que visa reunir todas as pessoas que se identificam como mulheres interessadas ou que já atuam na tecnologia.

#26 Dandara Manoela, a voz do feminismo negro, cantora e compositora negra que lançou seu primeiro álbum com composições próprias. 

#27 As Integrantes da Frente Nacional pela Legalização do Aborto.

#28 Kerexu, ativista indígena, candidata por SC à Câmara Federal nas eleições 2018. 

#29 Marlene de Fáveri, professora ícone do movimento Escola sem Mordaça.

#30 As Mulheres da Batalha das Mina que lançaram uma Coletânea apenas de mulheres.

#31 Leilane Assunção, ativista trans que faleceu em 2018 e foi a primeira trans a ocupar cargo de professora universitária.

#32 Annie Aguiar, primeira mulher trans que conquistou a identidade social feminina no trabalho como servidora pública em SC.

#33 As integrantes do grupo Cores de Aidê, banda e bloco de afroreggae que lançaram seu primeiro álbum em 2018.

#34 Letícia Coelho, compositora, cantora e instrumentista que lançou o primeiro álbum solo propondo remexer e dançar poéticas cotidianas.

#35 Vanda de Oliveira Gomes Pinedo, integrante do Movimento Negro Unificado (MNU) e ativista há mais de 40 anos.

#36 Juliana Borges, escritora, pesquisadora em antropologia e autora do livro “O que é encarceramento em massa?”. 

#37 Vera Veronika, rapper e ativista dos direitos humanos. 

#38 Gabrielle Bittelbrun, pesquisadora e autora do livro “Cores e Contornos”, que aborda a invisibilização das mulheres negras nas capas de revistas femininas. 

#39 Anielle Franco, ativista feminista e irmã de Marielle Franco. 

#40 As mulheres do coletivo de defensoras públicas que defendem ensino de gênero e posicionam-se contra a perseguição a trabalhadoras/es da educação.

#41 Conceição Evaristo, escritora e romancista que se candidatou à cadeira número 7 da Academia Brasileira de Letras em 2018, desafiando e expondo a falta de representatividade negra e feminina na instituição.

#42 Lusmarina Campos Garcia, pastora da igreja luterana e teóloga que aponta para o cristianismo patriarcalizado, responsável por penalizar e legitimar a morte de mulheres. 

#43 Débora Diniz, pesquisadora e antropóloga premiada, reconhecida internacionalmente pelo seu ativismo em defesa do direito ao aborto.  

#44 Mônica Benício, ativista e companheira de Marielle Franco.

#45 Lolla Aronovich, blogueira e ativista feminista, alvo de uma campanha cibernética difamatória e perseguição física, que ajudou a mudar a lei para que a os crimes que propagam ódio ou aversão às mulheres praticados por meio da internet sejam acrescentados no rol de delitos investigados pela Polícia Federal.

#46 Angela Davis, escritora e filósofa feminista, reconhecida internacionalmente pela sua militância em defesa dos direitos das mulheres e contra a discriminação social e racial. Inspiração para milhares de mulheres negras. 

#47 Maria Teresa Blandón, socióloga e mestre em Gênero e Desenvolvimento, ativista feminista nicaraguense que coordena o Programa Feminista La Corriente e denuncia a repressão brutal que assola o país.

#48 Sonia Corrêa, pesquisadora em gênero e co-coordenadora do Observatório de Sexualidade e Política (SPW), produziu estudos pela descriminalização e legalização do aborto na América Latina.

#49 María Teresa e Teodora presas por terem sofrido abortos espontâneos em El Salvador que hoje lutam por outras mulheres que se encontram na mesma situação e por mudanças nas leis de aborto do País.

#50 Ana Rita Prata, defensora pública, coordenadora do Núcleo de Defesa dos Direitos da Mulher da Defensoria Pública de São Paulo, atua para defender direitos constitucionais das mulheres que são presas durante atendimento emergencial de abortamento em hospitais públicos. 

#51 Arlanza Rebello, defensora pública aposentada da coordenadoria Defesa dos Direitos da Mulher da Defensoria Pública do Rio de Janeiro que lutou durante anos contra a criminalização de pacientes pela prática de autoaborto durante atendimentos emergenciais.

#52 Ana Teresa Derraik, médica e ginecologista do RJ que defende o atendimento humanizado a mulheres em emergência de pós-abortamento. 

#53 Melania Amorim, médica, pesquisadora e professora de Ginecologia e Obstetrícia que defende a educação sexual nas escolas como forma de prevenir gestações não planejadas e aborto. 

#54 Rosângela Souza, Iara Hornke e Thais Lippel, ativistas que enfrentaram a ditadura em 1979 e contaram sua história ao Portal.

#55 Kenarik Boujikian, desembargadora relatora do habeas corpus que pediu o trancamento de uma ação penal contra uma jovem por aborto para que a criminalização das mulheres não mais ocorra em espaços de atendimento de saúde. 

#56 Sarah Santos, jornalista e ativista dos direitos das mulheres com deficiência que reflete sobre o peso do padrão estético às mulheres desse grupo.

#57 Mulheres do Encontro Nacional de Mulheres Negras que fortalecem a luta coletiva e avançam frente às desigualdades raciais.

#58 As Argentinas que lutaram pelo aborto legal e mobilizam a força popular para que a prática seja legalizada.

Protesto pelo fim da violência contra mulheres e meninas concentra milhares na Argentina e em toda a América Latina

#59 As Brasileiras que participaram da audiência no STF pela descriminalização do aborto. 

#60 As autoras e organizadoras do livro “O Golpe na perspectiva de Gênero”, cujo conteúdo aborda o caráter misógino e machista do processo de impeachment de Dilma Rousseff. 

#61 Joênia Wapichana, primeira mulher indígena eleita para um cargo de deputada federal.

#62 Olívia Santana, primeira negra eleita deputada estadual na Bahia.

#63 Naomi Neri, ativista dos direitos das mulheres trans e colunista do Portal Catarinas.

#64 Milena Cristina Carneiro Peres, Suane Felippe Soares e Maria Clara Dias, pesquisadoras do primeiro Dossiê sobre o Lesbocídio no Brasil.

#65 As Deputadas do primeiro mandato coletivo do país.

#66 Integrantes da Rede de Mulheres Ixhiles (OSOREMI de Nebaj), na Guatemala que exigiram justiça por assassinato de defensora dos direitos das mulheres.

#67 Lilián Abracinskas, ativista uruguaia do Mujer y Salud en Uruguay (MYSU), organização que atuou na campanha pela legalização da prática no país.

#68 Mulheres do espetáculo Elas por Elas que evoca o vigor de um coletivo com ênfase na diversidade de estilos, alerta para assuntos do universo feminino e chama atenção para o autoral e para o movimento das mulheres compositoras catarinenses.

#69 As professoras que enfrentaram a perseguição aos estudos de gênero por apoiar estudantes de uma escola pública a produzirem curtas que abordam a diversidade. 

#70 As vítimas que denunciaram seus professores abusadores na campanha #MeuProfessorAbusador.

#71 Mulheres do espetáculo Boêmia que denuncia violências contra prostitutas. 

#72 Larissa Luz, cantora e protagonista do musical sobre a ícone Elza Soares.

#73 Lirous K’yo Fonseca Ávila, coordenadora da Adeh – Associação em Defesa dos Direitos Humanos com Enfoque na Sexualidade.

#74 As integrantes de campanhas por mais mulheres na política: Vote Nelas, Campanha de Mulher, Mulheres Negras Decidem, Meu voto será Feminista e Política Feminista para Transformar o Poder.

#75 Monica Cunha, ativista dos direitos de adolescentes e jovens cumpridores de medidas socioeducativas.

#76 As mulheres que se rebelam contra a misoginia nos espaços de poder.

#77 As mulheres ativistas que lutam contra a gravidez infantil forçada.

#78 Serena Williams, a tenista e número 1 do mundo. 

#79 Lourdes Barreto, putafeminista, fundadora da Rede Brasileira de Prostitutas. 

#80 Monique Prada, ativista e autora do livro Putafeminista. 

#81 Djamila Ribeiro, ativista, filósofa e escritora.

#82 Valéria Lúcia dos Santos, advogada negra, presa no exercício da sua profissão.

#83 Maria da Graças de Jesus, quilombola que luta para recuperar suas filhas retiradas definitivamente de sua guarda pela Justiça catarinense.

#84 Marta Vieira da Silva, a maior goleadora da história da Copa do Mundo e também da seleção brasileira.

#85 As mulheres que narraram os jogos da copa pela primeira na FOXSPORTS2. 

#86 Nataly Neri, youtuber e ativista dos direitos das mulheres negras.

#87 Louie Ponto, youtuber e ativista dos direitos das lésbicas. 

#88 Jout Jout, youtuber e ativista dos direitos das mulheres. 

#89 Márcia Tiburi, filósofa e escritora feminista, que tem denunciado mundialmente as ameaças à democracia brasileira.

#90 Tiffany Abreu, primeira transgênero a disputar a superliga brasileira de vôlei feminino.

#91 Angela Ponce, primeira mulher trans a disputar o Miss Universo. 

#92 As vítimas que denunciaram o abusador sexual João de Deus

#93 Estadunidenses que denunciaram seus abusadores no movimento #Metoo

#94 Tia Má, blogueira, youtuber e uma das 25 negras mais influentes da internet eleita pelo Blogueiras Negras.

#95 As integrantes da Rede Feminista de Juristas, uma articulação de juristas que atua para proteger os direitos das mulheres, especialmente daquelas abusadas sexualmente. 

#96 Leticia Bufoni, skatista brasileira. 

#97 Roberta Lira, cantora, atriz e produtora cultural que ministra oficinas sobre caminhos de resistência à violência colonial contemporânea.

#98 Mulheres do Coletivo Margarida Alves de Assessoria Popular que atua em defesa dos direitos das mulheres, e do direito à terra e à cidade das famílias sem-teto.

#98 Integrantes do Coletivo NEGA (Negras Experimentações Grupo de Arte) da Udesc.

#99 Esther Solano, socióloga e organizadora do livro “O ódio como Política”. 

#100 Luana Tolentino, educadora e cronista. Mestra em Educação pela UFOP. Há 10 anos é professora de História em escolas públicas da periferia de Belo Horizonte e da região metropolitana da cidade. Suas práticas pedagógicas partem do princípio de que é preciso construir uma educação antirracista, feminista e inclusiva, comprometida com o respeito, com a justiça e com a igualdade.

#101 Integrantes do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) um dos maiores movimentos feministas de SC e luta pelo direito à previdência social das mulheres do campo e, atualmente, uma das principais referências no debate de produção agroecológica no estado.

#102 Integrantes do Fórum Feminista Contra o G20

#103 Católicas pelo Direito de Decidir atuam em defesa dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres.

#104 Frente Evangélica pela Legalização do Aborto, movimento pela garantia do direito ao aborto e contra retrocessos.

 

 

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