Os movimentos sociais de Santa Catarina perderam na quinta-feira, 01 de setembro, a militante Gina Couto, vítima de câncer. Nascida no Uruguai, Gina mudou-se para o Brasil após o golpe no país vizinho, onde continuou a militar. Foi uma das fundadoras da União Brasileira de Mulheres/SC em 1997. Era integrante da direção Estadual do MST/SC e da Consulta Popular de Santa Catarina. Participou de campanhas como os plebiscitos sobre a Área de Livre Comércio das Américas – ALCA (2002), a venda da mineradora brasileira Valle do Rio Doce (2007) e, mais recentemente, a campanha da Constituinte, que procurava incentivar a participação popular sobre as decisões econômicas e políticas do país. Ainda em Santa Catarina, foi uma das fundadoras da União Brasileira de Mulheres, em 1997.

Em nota conjunta, as organizações em que Gina militava classificaram seu trabalho como fundamental para a articulação das lutas do MST e a construção da Brigada Mítico na Grande Florianópolis. “Mesmo acamada, e com poucas forças não deixava de acompanhar e discutir quando possível a conjuntura de nosso país, da América Latina e do mundo. Sempre preocupada em como contribuir para que a luta da Classe Trabalhadora obtivesse vitórias”, escreveram os movimentos.

“Minha mãe nos deixou hoje mas a sua luta por um mundo melhor e por justiça social continua, mais do que nunca. Uma lutadora social, foi como ela mesma se definiu, e isso marcou a sua vida e as nossas através de movimentos, passeatas, prisões, exílios, clandestinidade, e, por último, seu grande amor ao MST”, disse a filha da militante, Letícia Couto.

Sobre o falecimento da militante, a amiga e jornalista Elaine Tavares escreveu: “Tudo aqui fica triste. Todas as homenagens que ela merecia eu as fiz quando por esse mundo andava. Todos os beijos, todos os afagos, todos os carinhos, todas as risadas, as cachaças, os vinhos, as palavras de amor, tudo foi vivido. E hoje, às 15h, quando prestarem a homenagem final, eu plantarei uma flor, porque Gina sempre será vida”.

A ex-vereadora de Florianópolis e Secretária Executiva da Rede Feminista de Saúde Clair Castilhos Coelho também se manifestou. “Durante mais de 30 anos, Gina foi uma brava e entusiasta militante das causas nobres e imprescindíveis. Grande amiga, uma mulher generosa e solidária. Lutou até o último momento de sua vida. Deixará um grande vazio entre nós e uma tristeza no coração de seus/suas amigos/as e de seus familiares”, afirmou.

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  • Ana Claudia Araujo

    Jornalista (UPF/RS), especialista em Políticas Públicas (Udesc/SC), mãe de ninja.

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