O município de Criciúma, no sul do Estado, aderiu ao movimento Fora Temer, que se multiplica país afora reivindicando novas eleições diretas para a presidência da República. Uma manifestação no dia sete de setembro reuniu cerca de 200 pessoas no Parque das Nações Cincinato Naspolini e se incorporou ao final do desfile oficial do Dia da Independência. Chamado pelo Coletivo Antonieta de Barros, o ato ganhou adesão de organizações de dezenas de mulheres, jovens, estudantes, sindicatos, militantes LGBT e trabalhadores/as e se repetiu na quinta, dia 08. Uma integrante do coletivo foi agredida após o primeiro ato público.

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Manifestantes permaneceram concentradxs puxando palavras de ordem e, ao final, entraram atrás do desfile no Parque das Nações / Foto: Rui Fernando

Segundo relato, a militante levou um chute no abdômen de um homem que divergiu do seu posicionamento político. O agressor teria ainda jogando um copo cerveja contra a vítima, que registrou boletim de ocorrência. A agressão também motivou novo ato nesta quinta-feira, desta vez, no Terminal Central da cidade. Nesta quinta-feira, 08 de setembro, o grupo realiza novo ato no Terminal Central da Cidade. A intenção é fazer crescer o apoio e denunciar a violência contra a integrante do coletivo agredida.

“Esse homem e essa agressão representam também o que esse governo golpista representa no Brasil. São os homens brancos de classe média tentando derrubar nós, mulheres. Nós, a democracia, a representatividade e a luta que tentamos todos os dias travar pra sermos respeitadas. O golpe é machista e corrobora pra perpetuação da cultura machista, o golpe é fascista e corrobora pra perpetuação do fascismo que nos momentos mais delicados aflora e mostra que desde a ditadura (e muito antes também), ainda não morreu. Esse golpe atingiu nossa companheira e todas as outras mulheres que como ela ousaram e ousam gritar FORA TEMER, ousaram e ousam ir pra rua manifestar seu mais legítimo direito de lutar. O Coletivo Antonieta de Barros é contra o golpe e a favor de plebiscito geral para novas eleições. O Coletivo Antonieta de Barros é feminista, é plural e é cheio de mulheres de luta, o Coletivo Antonieta de Barros repudia completamente a violência física ou verbal à qualquer pessoa que expresse seu direito de se manifestar de forma coerente”, declarou o coletivo, em nota.

O coletivo mobilizou a população por meio da sua página no Facebook. “Divulgamos online pela página e fizemos panfletagem nos terminais, entramos em contato com outros coletivos”, conta Vitória Souza, uma das integrantes. Segundo o coletivo, o golpe de Estado parlamentar que levou ao afastamento definitivo da presidenta Dilma Rousseff conclama a novo ciclo de resistência democrática e social no país. “Renovar a esperança de luta, para nós, é retomar as ruas, com mais fôlego para não só denunciar os golpistas, mas construir a visualidade do novo ciclo de luta do povo brasileiro”, convocam as integrantes.

 

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  • Ana Claudia Araujo

    Jornalista (UPF/RS), especialista em Políticas Públicas (Udesc/SC), mãe de ninja.

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