Desde março, cerca de cem mil mulheres podem ter recorrido ao aborto clandestino, calcula o Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero – Anis. Cada um destes casos esconde uma história de dor e risco, compartilhada apenas com amigas de confiança, quase em tom de confissão. Procurando mostrar que, mais do que números, estas situações tratam da vida das mulheres, a ong lançou o projeto “Eu vou contar”.

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A campanha foi planejada para oferecer a proteção e a confiança de que necessitam as mulheres para verbalizar episódios delicados e dolorosos das suas vidas e que ainda são classificados com crime no Brasil. Os relatos serão recebidos apenas por uma pessoa: a antropóloga e pesquisadora do instituto, Debora Diniz. Após sistematizado, o texto será submetido à aprovação da própria relatora. Nas publicações, as histórias serão anônimas. A campanha também aconselha que os casos relatados tenham ocorrido há mais de oito anos, tempo em que os casos alcançam a prescrição criminal.

As histórias resgatadas serão publicadas semanalmente durante um ano por meio de uma plataforma de blogspreservando a identidade de quem as viveu. “Queremos mostrar que estas histórias fazem parte da vida das mulheres, e que outras se sintam confortadas ao conhecê-las”, conta Debora Diniz.

Em quatro dias, pelo menos 29 relatos chegaram pelo Whtasapp (61) 99183-7425, aplicativo de mensagens instantâneas disponibilizado pela campanha para que as mulheres pudessem reportar suas vivências.

 

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  • Ana Claudia Araujo

    Jornalista (UPF/RS), especialista em Políticas Públicas (Udesc/SC), mãe de ninja.

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