Apoiadorxs e entusiastas do Catarinas falaram sobre sua atuação no feminismo e expectativas em relação à mídia especializada em gênero, feminismos e direitos humanos em um vídeo produzido para a noite de lançamento, 28 de julho, na Fundação Cultural Badesc, em Florianópolis.

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“Somos muitas e quiça cada vez mais”, afirma Clair Castilhos, integrante do conselho editorial do Catarinas e cofundadora da Casa da Mulher Catarina. Para ela, a iniciativa representa a nova geração de mulheres feministas que ousam discutir esses temas, “formando e estruturando os próprios meios de comunicação”. “Vem suprir uma falta grave no tratamento às questões relativas à mulher com conhecimento e principalmente com a intenção de divulgar, auxiliar e avançar na discussão das grandes pautas do feminismo. Há necessidade de veículos que levem à reflexão e não fiquem só nessa superficialidade, que geralmente é eivada de preconceitos”, acredita Clair, a primeira mulher vereadora de Florianópolis.

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O professor de Pós-Graduação em Jornalismo (POSJOR) da UFSC, especialista em ética, ficou surpreso com o surgimento de um portal especializado nessas temáticas na cidade de Florianópolis e, mais especialmente, com os dados de violência e misoginia em Santa Catarina. Ele defende o papel político no exercício do fazer jornalístico. “Fazer jornalismo é um ato político. Não é meramente narrar o que acontece, porque a gente escolhe e escolhas são políticas. Jornalismo deve transformar a sociedade. Se a realidade está bela, conformada, a gente apenas relata, mas isso é muito pouco para um mundo tão injusto como o nosso”, analisa. 

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A artista plástica Gabriela Goulart conta que o feminismo veio à tona no seu trabalho de uma forma surpreendente: “eu comecei a colocar na tela e no papel aquilo que eu sentia, as minhas experiências e de repente descobri que o feminismo estava ali”. Gabriela elaborou a obra “A mulher que não se enquadrava”, especialmente para ser doada à campanha de financiamento coletivo do projeto. “A cidade traz os temas, pode ser uma moça que sofreu uma violência, ou um assédio que eu vivi na rua. É muito natural a transmissão das minhas vivências para a arte. É como uma vontade de gritar e, por não ter voz, eu passo para a tela”, revela a artista.

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A atriz Raquel Stüpp, uma das mobilizadoras da campanha nas redes, diz que o portal vem para fazer contrapondo às matérias que ainda reforçam um padrão de mulher de acordo com as exigências dos homens. Ela aponta para as questões não tratadas com responsabilidade pela mídia como as violências cotidianas, o direito ao aborto e à autonomia geral sobre a própria vida. “Tem coisas importantes que ainda precisam ser muito faladas. A gente precisa se empoderar, a mulher tem todo direito de escolher por ela mesma, ninguém pode fazer no seu lugar. O lançamento do portal me dá um quentinho no coração para continuar lutando e caminhando nesse mundo”, emociona-se.

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A produção audiovisual traz ainda um rap improvisado pela musicista Ana Clara Fortunato e a rapper da Batalha das Minhas, Hellen Zumbi. “Nunca vamos parar de lutar, Catarinas todas unidas vamos vencer esse machismo que está a nos consumir. Presta atenção vamos progredir”, diz um trecho da rima.

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  • Paula Guimarães

    Paula Guimarães é jornalista e cofundadora do Portal Catarinas. Escreve sobre direitos humanos das meninas e mulheres. É...

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